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J.N.Reis
SANTA EUGENIA

Vista Parcial de Santa Eugénia
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José Nogueira dos Reis

 
O Nome, deriva do Grego e quer dizer:
Bem vinda, bem aparecida, de boa indoe, de boa linhagem, de boa familia:


EUGENIA

EugeneioV, eugeneia (eugéneios, eugéneia) es un adjetivo griego del que derivan los nombres de Eugenio y Eugenia, y significa bien nacido, bien nacida, de buen linaje, de buena índole, noble. Fue en griego y sigue siendo en sus traducciones, uno de los mejores elogios que se suelen hacer de una persona. Con él se expresan las cualidades innatas, las que forman parte de la naturaleza de cada uno, aquellas con las que ha nacido. El prefijo eu (eu) significa "bien", y geneioV (géneios) geneia (géneia) significa "engendrado, engendrada"; con lo que el significado primitivo de este nombre es "bien engendrada". Se utilizó mucho, no sólo en el griego clásico, sino también en la coiné como sobrenombre elogioso, designando especialmente la nobleza de espíritu, y de ahí pasó a convertirse en nombre propio cuya fuerza y belleza seduce a cuantos conocen su significado.

Santa Eugenia mártir de los primeros tiempos de la Iglesia. Su culto estuvo muy extendido desde los primeros siglos. La patrística cita el dístico que desde el siglo IV figuraba en la iglesia de san Avito: Eugeniae dudum toto celebérrima mundo / fama fuit, dum dat Christi pro nómine vita. (La fama de Eugenia fue célebre en todo el mundo porque dio la vida por el nombre de Cristo.) Con ser tan grande su celebridad, son escasos los datos biográficos que de ella se conservan. Cuenta la tradición que era Eugenia hija de Felipe, el prefecto de Alejandría que luego fue obispo de esta ciudad y sufrió el martirio. Cuenta asimismo que los santos Proto y Jacinto, que también sufrieron martirio, eran esclavos suyos. Fue ella misma quien les transmitió la fe en Cristo. También ella sufrió persecución y fue sometida a suplicio y muerte detrás de sus esclavos.

Las Eugenias celebran su onomástica el 11 de septiembre; pueden optar también por celebrarla el 3 de enero, en que se conmemora el martirio de santa Eugenia de África; o el 26 de marzo, conmemoración del martirio de santa Eugenia de Córdoba (Marmolejo), víctima de la persecución sarracena el año 923. En cuanto a la forma masculina de este nombre, ha sido también sumamente apreciada: dieciocho santos, entre ellos cuatro papas, lo llevaron. Se llamaron también Eugenio un emperador romano, siete reyes de Escocia y varios príncipes de casas europeas. Pero nadie como la emperatriz Eugenia dio lustre a este nombre. Nació en Granada (1826) y murió en Madrid en 1920. Vivió casi un siglo. Fue emperatriz de los franceses. Su apoyo al proyecto del canal de Suez fue decisivo.

Es el de Eugenia un nombre lleno de fuerza, que emana de su propio significado. Los nombres, como creían nuestros antepasados, tienen cada uno su propia virtud, y actúan como un talismán. El de Eugenia sabemos en qué dirección actúa: empuja a quienes lo llevan a ser coherentes con su nombre y a cultivar la nobleza de espíritu, la magnanimidad, la confianza en las propias fuerzas y toda la virtud que emana del mismo nombre; fuerza y virtud que han ido incrementando cada una de las grandes mujeres que lo han llevado. Por ello las Eugenias pueden legítimamente sentirse orgullosas de su nombre y llevarlo como salvaguarda de la nobleza de espíritu que con él pregonan. ¡Felicidades

JNogueiraReis@sapo.pt

 

 

 Informações profissionais Habilitações Académicas 2º Ano do Curso ComplementarPortuguês, exame ADOC (Faculdade de Letras no Porto )Formação ProfissionalCurso de Primeiros socorros Secretaria de Estado da Segurança Social e Prevenção no TrabalhoCurso de Jovem Empresário Agrícola Ministério da AgriculturaCurso de Aquisição de Competências Sócio Profissionais (POEFDS ) Sendo constituído por duas partes: Uma de Formação teórica com duração de 492horas, estando incluídas 120horas de informática, ministradas pelo Exmº Doutor António Mansilha; e a outra, de Formação Prática com duração de 168horas, correspondendo a um estágio, na entidade Junta de Freguesia Stª. Eugénia, que se está a prolongar desde Janeiro até à data. Exercendo as Funções de Toda a Parte Administrativa, Atendimento ao Público, ensaios, debates, levantamentos Sócio Culturais, Patrimoniais, Históricos, Estudos, Planos e Objectivos, requerimentos para todas e quaisquer Repartições(como por ex.: Pedidos de Licença de plantio, reconstituições, certidões de teor, apoio telefónico, contagem de tempo para ex-combatentes, subsídios agrícolas, declaração de transporte de produtos agrícolas, de residência, de posse, de condição económica, de vida, etc. etc.), buscas na Internet. Uma espécie de «Loja do cidadão», mas, com um só «funcionário polivalente», um verdadeiro gabinete de apoio ao munícipe.Formação EspecíficaLeitor CobradorTécnico Classificador de VinhasAnimação CulturalPromoção CulturalLevantamento de Prédios RústicosRecenseamento Geral AgrícolaCensosPrevidência Social, direitos, deveres, legislação e novos documentosImobiliáriaVindima, transporte, legislação e fiscalizaçãoFormação Autarca Autarcas, Autarquias, Municípios e MunícipesFormação Autarca Protecção CivilColóquios, Retiros e Fóruns2 de 1 semana cada 1 S??b??

 

José Nogueira dos Reis


O Curriculum Vitae                                                 

 

 

Habilitações Académicas

2º Ano do Curso Complementar

Português, exame ADOC (Faculdade de Letras no Porto )

Formação Profissional

Curso de Primeiros socorros Secretaria de Estado da Segurança Social e

 Prevenção no Trabalho

Curso de Jovem Empresário Agrícola Ministério da Agricultura

                      Curso de Aquisição de Competências Sócio Profissionais (POEFDS ) Sendo

           constituído por duas partes: Uma de Formação teórica com duração de

            492horas, estando incluídas 120horas de informática, ministradas pelo

                   Exmº Doutor António Mansilha; e a outra, de Formação Prática com duração

                 de 168horas, correspondendo a um estágio, na entidade Junta de Freguesia

             Stª. Eugénia, que se está a prolongar desde Janeiro até à data. Exercendo

      as Funções de Toda a Parte Administrativa, Atendimento ao Público,

ensaios, debates, levantamentos Sócio Culturais, Patrimoniais,

      Históricos, Estudos, Planos e Objectivos, requerimentos para todas e

   quaisquer Repartições(como por ex.: Pedidos de Licença de plantio,

        reconstituições, certidões de teor, apoio telefónico, contagem de tempo

        para ex-combatentes, subsídios agrícolas, declaração de transporte de

          produtos agrícolas, de residência, de posse, de condição económica, de

       vida, etc. etc.), buscas na Internet. Uma espécie de «Loja do cidadão»,

                 mas, com um só «funcionário polivalente», um verdadeiro gabinete de apoio

 ao munícipe.

Formação Específica

Leitor Cobrador

Técnico Classificador de Vinhas

Animação Cultural

Promoção Cultural

Levantamento de Prédios Rústicos

Recenseamento Geral Agrícola

Censos

Previdência Social, direitos, deveres, legislação e novos documentos

Imobiliária - Tecnicas, vendas, financiamentos, etc

Vindima - Transporte, legislação e fiscalização

Formação Autarca Autarcas, Autarquias, Municípios e Munícipes

Formação Autarca Protecção Civil, acidentes, incêndios, levantamento de riscos

e de meios, quer tecnicos, que humanos

Colóquios, Retiros e Fóruns

2 de 1 semana cada 1 Seminário de Vila-Real(Padre Feitor Pinto ),

incluía temas como: Historial do Cristianismo e das Religiões mais

significativas; Cristianismo, outras religiões e liberdade de culto;

Igreja e Estado; O cristão e a sociedade contemporânea; Paz, guerra,

 direitos universais do homem, Objectores de consciência , solidariedade

 e mecenato; Idealismo e Materialismo; Cristianismo e Marxismo.

Experiência Profissional

2002

Estágio na Junta de Freguesia de Santa Eugénia

2001

Censos

2000

Leitor de contadores eléctricos EDP(concelho de Alijó, Sabrosa e Murça )

1999

Escriturário Norte Frangos

1998

Vendedor Norte Frangos

1997

Vendedor Monteiro & Filhos

1996

Técnico Classificador de Vinhas (ENDEM, Instituto do vinho e da vinha )

1995

Promotor Cultural Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de StªEugénia

1994

Técnico de Armazém (Exportação ) Moto Meter

1993

  Imobiliária -  ( Madrid )

1992

  Mordomo -  ( Madrid )

1991

Barman ( Madrid ); Censos 1991

 

DE 1977 a 1992

Fui Empresário Agrícola, embora, por vezes, acumulasse com outras funções

1987

Recenseamento Geral Agrícola

DE 1984 a 1986

Mediador de Seguros Eagle Star

De 1979 a 1981

Educador de Adultos Ministério da Educação

1973

Levantamento de Propriedades Agrícolas Ministério das Finanças

DE 1972 a 1973

Escriturário Colégio Nossa Senhora da Boavista ( Vila Real )

De 1970 a 1972

Escriturário Casa do Povo de Santa Eugénia

Outras Actividades

 

Teatro Autor, Co encenador e Actor

Co Fundador do Centro Cultural e Recreativo de StªEugénia

Co Fundador do Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de StªEugénia

Co Fundador do Centro Social de StªEugénia

Direcção da Casa do Povo de StªEugénia

Assembleia                                   

Candidato a Assembleia de Freguesia

Candidato a Assembleia Municipal

Deputado da Assembleia Municipal

                                  de Freguesia

Militante de Partido Político

Sócio dos Bombeiros Voluntários de Alijó

                                  G.D.C.R.StªEugénia

                                  Cento Social     

Cooperador do Funcionário/Encarregado do Grémio dos Viniticultores

                                                                              dos CTT

                                  Estafeta dos CTT ( Carteiro )

Explicador

Participação em Torneios de Damas e Xadrez

Participação na 1ªVinord ( 3º Lugar Canções )

Participação no 1º FITEI ( Festival de Teatro de Expressão Ibérica )

Atleta de Futebol

Membro de Mesas da Assembleia de voto; Inclusive 16/12/2001 e 17/03/2002

Organização de várias excursões a :

Santarém

Braga

Castelo Branco

Mirandela

Santiago de Compostela

Membro do Grupo Cristão «Oásis»

Delegado Político

Encontros de Municípios

Participei em várias iniciativas do INATEL

Co Fundador da Associação de ovinos e caprinos de Vila Real e Bragança

1968 Fundei e Redigi um jornal de turma (Gomes Teixeira)

        1970 Co Fundador do Jornal menor, «O Plátano», jornal de intervenção politica

1974 - Participei Activamente nas campanhas de «Politização»

« Capacidade para o Dia a Dia

Contratos

  • Conceito de Contrato
  • Regulamento Geral
  • Forma que devem Revestir
  • Aspectos a Considerar Quando se Pretende Celebrar um Contrato
  • Tipos de Cotrato que com maior ou menor dificuldade sei Redigir
  • Contrato-Promessa
  • Contrato de Compra e Venda
  • Compra e Venda de Prédio Rústico
  • Compra e Venda de Prédio Misto
  • Compra e Venda de Prédio Urbano
  • Declaração de Consentimento de Venda
  • Compra e Venda com Reserva de Propriedade
  • Compra e Venda com Cláusula de Preferência
  • Vendas a Prestações
  • Compra e Venda e Locação Fianceira
  • Contrato de Sociedade
  • Constituição de Sociedade Anónima
  • Constituição de Sociedade por Quotas
  • Constituição de Sociedade em Nome Colectivo
  • Constituição de Sociedade em Comandita
  • Aumento de Capital
  • Aumento de Capital e Entrada de Novos Sócios
  • Aumento de Capital por Incorporação de Reserva e em Numerário
  •              Transformação de Sociedade por quotas em Anónima e Aumento de Capital
  • Dissolução
  • Cessão de Quotas
  • Cessão de Quotas e Alteração ao Pacto de Sociedade
  • Fundo de Pensões
  • Agência
  • Distribuição
  • Consórcio
  • Trespasse de Estabelecimento Comercial
  • Cessão de Exploração
  • Cessão de Créditos
  • Empréstimo
  • Arrendamento Urbano
  • Contrato de Arrendamento Habitacional
  • Arrendamento Habitacional de Duração Limitada
  • Arrendamento Comercial
  • Arrendamento Rural
  • Subarrendamento
  • Doação
  • Doação por Conta da Legítima e com Reserva de Usufruto
  • Doação por Força da Quota Disponível e com Condição
  • Dispensa de Colação
  • Permuta
  • Usufruto
  • Compra e Venda de Usufruto
  • Renúncia ao Usufruto
  • Servidão
  • Constituição de Propriedade Horizontal
  • Estatutos de Condomínio
  • Prestação de Serviços
  • Contrato de Prestação de Serviços
  • Empreitada
  • Contrato de Trabalho
  • Contrato de Trabalho a Termo Certo
  • Contrato de Trabalho a Termo Incerto
  • Contrato de Trabalho Sem Termo
  • Formação Profissional
  • Contrato de Edição ou de Publicação
  • Contrato de Fornecimento de Equipamento Informático e Assistência e Manutenção Técnica
  • Assistência Técnica de Software e Hardware
  • Compra e Venda de Equipamento Informático
  • Manutenção de Equipamento Informático
  • Aluguer de Veículos sem Condutor

Requerimentos

·        Conceito de Requerimento

Requerimentos Judiciais

·        Confiança do Processo

·        Desentranhamento de Documentos

·        Desistência de Queixa-Crime

·        Não Oposição à Desistência de Queixa-Crime

·        Extinção da Instância

·        Informação de Mudança de Residência

·        Junção de Guia de Depósito aos Autos

·        Guia de Depósito

·        Junção de Atestado Médico aos Autos (justificação de falta)

·        Junção de Procuração aos Autos

·        Pedido de Certidão de Acordo sobre Poder Paternal e Respectiva Homologação

·        Pedido de Certidão Comprovativa de Sentença Homologatória de Divórcio

·        Pedido de Escusa pelo Defensor Oficioso

·        Pedido de Prorrogação de prazo

·        Renovação do Pedido de Divórcio

Requerimentos Dirigidos A Autarquias Locais

·        Pedido de Aprovação de Projecto de Estabelecimentos Similares dos Hoteleiros e Estabelecimentos do (grupo B)

·        Pedido de Autorização para Colocação de Reclames

·        Pedido de Autorização para Colocação de Toldos

·        Pedido de Averbamento de Licença

·        Pedido de Carta de Feirante

·        Pedido de Certidão de Alvará de Habitabilidade

·        Pedido de Certidão de Licença de Habitação e Ocupação

·        Pedido de Certidão de Recenseamento Militar

·        Pedido de Certidão de Situação Económica

·        Pedido de Certidão de Teor do Auto de Vistoria

·        Pedido de Duplicado de Livrete ou Carta de Velocípedes C/ou S/Motor

·        Pedido de Vistoria Dirigido dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento

·        Pedido de Fotocópia de Atestado de Habitabilidade

·        Pedido de Licença de Caça

·        Pedido de Licença de Construção de Muro

·        Pedido de Licença de Habitabilidade

·        Pedido de Licença de Porta Aberta de Estabelecimento

·        Pedido de Licença de Rampa Fixa

·        Pedido de Licença de Publicidade em Viaturas

·        Pedido de Ligação à Rede Geral de Águas

·        Pedido de Marcação de Exame de Condução de Velocípedes C/Motor

·        Pedido de Renovação de Licença de Uso e Porte de Arma

·        Requerimento de Vistoria e Posterior Realização de Obras

·        Requerimento de Vistoria Dirigido aos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento

     Requerimentos Dirigidos Aos

ServiçosDe Administração Fiscal

·        Pedido de Certidão de Teor Matricial

·        Pedido de Liquidação do Imposto de Selo por Publicidade Pintada em Veículos

  • Pedido de Autorização para Instauração de Processo de Liquidação em Concelho Diferente
  • Pedido de Certidão de se Encontrar Assegurado Imposto Sucessório pela Transmissão de Imóveis por Doação
  • Pedido de Certidão de se Encontrar Assegurado o Imposto Sucessório pela Transmissão de Imóveis por Sucessão
  • Pedido de Certidão Comprovativa  de Imposto Sucessório Pago ou Não Devido pela Transmissão de Bens Mobiliários
  • Pedido de Certidão para Efeito de Registo de Automóveis na Conservatória do Registo Automóvel
  • Pedido de Prorrogação de Prazo para Apresentação  de Relação de Bens
  • Pedido de Transferência de Processo para Concelho Diferente
  • Pedido para Depositar a Importância Julgada Necessária para Garantir o Pagamento do Imposto Devido pelos Bens Mobiliários
  • Pedido de Depósito do Imposto Provável Relativamente a Veículos Automóveis
  • Pedido de Isenção de Contribuição Autárquica
  • Pedido de Inscrição de Prédio na Matriz
  • Pedido de 2ª Via de Caderneta Predial
  • Pedido de Restituição de Sisa por não se ter Realizado a Compra
  • Pedido de Averbamento de Prédio a Favor de Herdeiro(a)
  • Pedido de Averbamento de Usufruto à Matriz Predial
  • Pedido de Certidão de Prédios Inscritos na Matriz e Respectivos Teores e Valores Tributáveis
  • Pedido de Certidão de Inscrição de Prédio na Matriz
  • Pedido de 2ª Via de Número de Contribuinte

Procurações

·        Conceito de Procuração

·        Forma que devem Revestir

·        Representação de Sociedades e Outras Pessoas Colectivas

·        Extensão de Poderes Forenses

·        Substabelecimento

·        Revogação de Procurações

·        Minutas

·        Procuração com Poderes Forenses Gerais

·        Procuração com Poderes Forenses Gerais e os Especiais de Assinar Cheque Judiciais

·        Procuração com Poderes Forenses Gerais e os Especiais de Representação na Audiência Preparatória, com Poderes para Transacionar, Acordar ou desistir de Pedido ou de Instância

·        Procuração com Poderes Forenses Gerais Outorgada por Representante de Junta de Freguesia

·        Procuração com Poderes Genéricos de Administração Civil

·        Procuração para Aceitação de Doação

·        Procuração para Aceitação de Hipoteca Resultante de Acordo de Credores

·        Procuração para Adquirir Propriedades e Assinar Escrituras

·        Procuração para Compra de Determinado Prédio

·        Procuração para Conferir Poderes de Gerência

·        Procuração para Confessar, Desistir ou Transacionar

·        Procuração para Convocação de Credores

·        Procuração para Dar de Arrendamento um Determinado Prédio

·        Procuração para fazer Doações

·        Procuração para Inventário

·        Procuração para Levantar Vales Postais e Actos Similares

·        Procuração para Promover Casamento

·        Procuração para Repúdio de Herança

·        Procuração para Representação na Conferência de Divórcio

·        Renúncia à Procuração Forense

·        Substabelecimento

E Outros

·        Registo de uma Criança

·        O que fazer para Contraír Casamento

·        Divórcio por Mútuo Consentimento

·        Separação Judicial de Pessoas e Bens

·        Testamentos

·        Assuntos Vários

Actas

·        De Assembleia de Condomínio

·        Para Eleição de Conselho Fiscal

·        De Associações Culturais e Associativas

·        De Instituições de caracter Público e Públicas

·        De Assembleia de Freguesia e Municipal

·        De Executivos Particulares e Públicos

·        Praticamente todas as Respostas a Pedidos às Autarquias

·        Carta a enviar à Entidade Patronal para Concessão de Licença S/Retribuição

·        Carta a Enviar pelos Senhorios aos Inquilinos para Actualização de Renda

·        Carta a Enviar ao Senhorio aquando do Falecimento do Arrendatário para Transmissão do Arrendamento

·        Carta a Pedir Autorização ao Senhorio para Realização de Obras

·        Cessação do Contrato de Trabalho por Acordo

·        Comunicação por Denúncia do Contrato de Trabalho a Termo Certo/incerto

·        Comunicação para Rescisão do Contrato de Trabalho com Aviso Prévio

·        Comunicação para Revogação unilateral do contrato Durante o Período Experimental

·        Declaração de Autorização de Saída do País de Menores não Acompanhados dos Pais

·        Declaração que Autoriza a Utilização de Automóvel de Outrém para Transpor a Fronteira

·        Declaração de Quitação

·        Procedimentos a Adoptar por Entidades que se Dedicam a Actividades Comerciais

·        Publicação no Diário da República

·        Escrituras

·        Actas

·        Convocatórias

Formalidades Após O Falecimento

·        Processo Sucessório Fiscal

·        Habilitação Notarial de Herdeiros

Documentos Dirigidos À Casa do Douro

E/ou Ao Plantio da Vinha

q       Pedidos de Autorização de Benefício

q       Pedidos de Reclassificação de Castas, Terreno, Exposição, Inclinação, Altitude,

q       Etc.

q       Pedidos de Recontagem de Videiras, Bacelos e Percentagem de Falhas.

q       Etc.

Documentos Dirigidos Ao Plantio da Vinha

(Instituto da Vinha e do Vinho)

q       Pedido de Licença de Plantação

q       Pedido de Transferência de Bacelos

q       Pedido de Reconstituição

q       Pedido de Análise do Terreno

q       Etc.

 

 Informações profissionais Habilitações Académicas 2º Ano do Curso ComplementarPortuguês, exame ADOC (Faculdade de Letras no Porto )Formação ProfissionalCurso de Primeiros socorros Secretaria de Estado da Segurança Social e Prevenção no TrabalhoCurso de Jovem Empresário Agrícola Ministério da AgriculturaCurso de Aquisição de Competências Sócio Profissionais (POEFDS ) Sendo constituído por duas partes: Uma de Formação teórica com duração de 492horas, estando incluídas 120horas de informática, ministradas pelo Exmº Doutor António Mansilha; e a outra, de Formação Prática com duração de 168horas, correspondendo a um estágio, na entidade Junta de Freguesia Stª. Eugénia, que se está a prolongar desde Janeiro até à data. Exercendo as Funções de Toda a Parte Administrativa, Atendimento ao Público, ensaios, debates, levantamentos Sócio Culturais, Patrimoniais, Históricos, Estudos, Planos e Objectivos, requerimentos para todas e quaisquer Repartições(como por ex.: Pedidos de Licença de plantio, reconstituições, certidões de teor, apoio telefónico, contagem de tempo para ex-combatentes, subsídios agrícolas, declaração de transporte de produtos agrícolas, de residência, de posse, de condição económica, de vida, etc. etc.), buscas na Internet. Uma espécie de «Loja do cidadão», mas, com um só «funcionário polivalente», um verdadeiro gabinete de apoio ao munícipe.Formação EspecíficaLeitor CobradorTécnico Classificador de VinhasAnimação CulturalPromoção CulturalLevantamento de Prédios RústicosRecenseamento Geral AgrícolaCensosPrevidência Social, direitos, deveres, legislação e novos documentosImobiliáriaVindima, transporte, legislação e fiscalizaçãoFormação Autarca Autarcas, Autarquias, Municípios e MunícipesFormação Autarca Protecção CivilColóquios, Retiros e Fóruns2 de 1 semana cada 1 Sb

 


 

Habilitações Académicas

2º Ano do Curso Complementar

Português, exame ADOC (Faculdade de Letras no Porto )

Formação Profissional

Curso de Primeiros socorros Secretaria de Estado da Segurança Social e

 Prevenção no Trabalho

Curso de Jovem Empresário Agrícola Ministério da Agricultura

Curso de Aquisição de Competências Sócio Profissionais (POEFDS ) Sendo

 constituído por duas partes: Uma de Formação teórica com duração de

 492horas, estando incluídas 120horas de informática, ministradas pelo

Exmº Doutor António Mansilha; e a outra, de Formação Prática com duração

 de 168horas, correspondendo a um estágio, na entidade Junta de Freguesia

 Stª. Eugénia, que se está a prolongar desde Janeiro até à data. Exercendo

 as Funções de Toda a Parte Administrativa, Atendimento ao Público,

ensaios, debates, levantamentos Sócio Culturais, Patrimoniais,

Históricos, Estudos, Planos e Objectivos, requerimentos para todas e

quaisquer Repartições(como por ex.: Pedidos de Licença de plantio,

reconstituições, certidões de teor, apoio telefónico, contagem de tempo

 para ex-combatentes, subsídios agrícolas, declaração de transporte de

produtos agrícolas, de residência, de posse, de condição económica, de

vida, etc. etc.), buscas na Internet. Uma espécie de «Loja do cidadão»,

mas, com um só «funcionário polivalente», um verdadeiro gabinete de apoio

 ao munícipe.

Formação Específica

Leitor Cobrador

Técnico Classificador de Vinhas

Animação Cultural

Promoção Cultural

Levantamento de Prédios Rústicos

Recenseamento Geral Agrícola

Censos

Previdência Social, direitos, deveres, legislação e novos documentos

Imobiliária - Tecnicas, vendas, financiamentos, etc

Vindima - Transporte, legislação e fiscalização

Formação Autarca Autarcas, Autarquias, Municípios e Munícipes

Formação Autarca Protecção Civil, acidentes, incêndios, levantamento de riscos

e de meios, quer tecnicos, que humanos

Colóquios, Retiros e Fóruns

2 de 1 semana cada 1 Seminário de Vila-Real(Padre Feitor Pinto ),

incluía temas como: Historial do Cristianismo e das Religiões mais

significativas; Cristianismo, outras religiões e liberdade de culto;

Igreja e Estado; O cristão e a sociedade contemporânea; Paz, guerra,

 direitos universais do homem, Objectores de consciência , solidariedade

 e mecenato; Idealismo e Materialismo; Cristianismo e Marxismo.

Experiência Profissional

2002

Estágio na Junta de Freguesia de Santa Eugénia

2001

Censos

2000

Leitor de contadores eléctricos EDP(concelho de Alijó, Sabrosa e Murça )

1999

Escriturário Norte Frangos

1998

Vendedor Norte Frangos

1997

Vendedor Monteiro & Filhos

1996

Técnico Classificador de Vinhas (ENDEM, Instituto do vinho e da vinha )

1995

Promotor Cultural Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de StªEugénia

1994

Técnico de Armazém (Exportação ) Moto Meter

1993

  Imobiliária -  ( Madrid )

1992

  Mordomo -  ( Madrid )

1991

Barman ( Madrid ); Censos 1991

 

DE 1977 a 1992

Fui Empresário Agrícola, embora, por vezes, acumulasse com outras funções

1987

Recenseamento Geral Agrícola

DE 1984 a 1986

Mediador de Seguros Eagle Star

De 1979 a 1981

Educador de Adultos Ministério da Educação

1973

Levantamento de Propriedades Agrícolas Ministério das Finanças

DE 1972 a 1973

Escriturário Colégio Nossa Senhora da Boavista ( Vila Real )

De 1970 a 1972

Escriturário Casa do Povo de Santa Eugénia

Outras Actividades

 

Teatro Autor, Co encenador e Actor

Co Fundador do Centro Cultural e Recreativo de StªEugénia

Co Fundador do Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de StªEugénia

Co Fundador do Centro Social de StªEugénia

Direcção da Casa do Povo de StªEugénia

Assembleia                                   

Candidato a Assembleia de Freguesia

Candidato a Assembleia Municipal

Deputado da Assembleia Municipal

                                  de Freguesia

Militante de Partido Político

Sócio dos Bombeiros Voluntários de Alijó

                                  G.D.C.R.StªEugénia

                                  Cento Social     

Cooperador do Funcionário/Encarregado do Grémio dos Viniticultores

                                                                              dos CTT

                                  Estafeta dos CTT ( Carteiro )

Explicador

Participação em Torneios de Damas e Xadrez

Participação na 1ªVinord ( 3º Lugar Canções )

Participação no 1º FITEI ( Festival de Teatro de Expressão Ibérica )

Atleta de Futebol

Membro de Mesas da Assembleia de voto; Inclusive 16/12/2001 e 17/03/2002

Organização de várias excursões a :

Santarém

Braga

Castelo Branco

Mirandela

Santiago de Compostela

Membro do Grupo Cristão «Oásis»

Delegado Político

Encontros de Municípios

Participei em várias iniciativas do INATEL

Co Fundador da Associação de ovinos e caprinos de Vila Real e Bragança

1968 Fundei e Redigi um jornal de turma (Gomes Teixeira)

1970 Co Fundador do Jornal menor, «O Plátano», jornal de intervenção politica

1974 - Participei Activamente nas campanhas de «Politização»

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



  


 

 

 
 

 

Adega Cooperativa de Alijó
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Cancela velha, o melhor vinho do Porto

TRADIÇÃO E INOVAÇÃO, O BINÓMIO DE QUALIDADE
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ESCOLHA CRETERIOSA DESDE A PLANTAÇÃO

A MAIS LINDA CAPELA
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DEIXE-SE LEVAR PELA VISIBIIDADE DESTE LUGAR

Construída/Reconstruída no regime «Filipino»
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Tem imagens de elevado valor histórico/arqueológico

Cruzeiro de Santa Eugénia
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A maior sala de reuniões

Informações profissionais Habilitações Académicas 2º Ano do Curso ComplementarPortuguês, exame ADOC (Faculdade de Letras no Porto )Formação ProfissionalCurso de Primeiros socorros Secretaria de Estado da Segurança Social e Prevenção no TrabalhoCurso de Jovem Empresário Agrícola Ministério da AgriculturaCurso de Aquisição de Competências Sócio Profissionais (POEFDS ) Sendo constituído por duas partes: Uma de Formação teórica com duração de 492horas, estando incluídas 120horas de informática, ministradas pelo Exmº Doutor António Mansilha; e a outra, de Formação Prática com duração de 168horas, correspondendo a um estágio, na entidade Junta de Freguesia Stª. Eugénia, que se está a prolongar desde Janeiro até à data. Exercendo as Funções de Toda a Parte Administrativa, Atendimento ao Público, ensaios, debates, levantamentos Sócio Culturais, Patrimoniais, Históricos, Estudos, Planos e Objectivos, requerimentos para todas e quaisquer Repartições(como por ex.: Pedidos de Licença de plantio, reconstituições, certidões de teor, apoio telefónico, contagem de tempo para ex-combatentes, subsídios agrícolas, declaração de transporte de produtos agrícolas, de residência, de posse, de condição económica, de vida, etc. etc.), buscas na Internet. Uma espécie de «Loja do cidadão», mas, com um só «funcionário polivalente», um verdadeiro gabinete de apoio ao munícipe.Formação EspecíficaLeitor CobradorTécnico Classificador de VinhasAnimação CulturalPromoção CulturalLevantamento de Prédios RústicosRecenseamento Geral AgrícolaCensosPrevidência Social, direitos, deveres, legislação e novos documentosImobiliáriaVindima, transporte, legislação e fiscalizaçãoFormação Autarca Autarcas, Autarquias, Municípios e MunícipesFormação Autarca Protecção CivilColóquios, Retiros e Fóruns2 de 1 semana cada 1 Seminário db

 

Conceito de Contrato Regulamento Geral Forma que devem Revestir Aspectos a Considerar Quando se Pretende Celebrar um Contrato Tipos de Cotrato que com maior ou menor dificuldade sei Redigir Contrato-Promessa Contrato de Compra e Venda Compra e Venda de Prédio Rústico Compra e Venda de Prédio Misto Compra e Venda de Prédio Urbano Declaração de Consentimento de Venda Compra e Venda com Reserva de Propriedade Compra e Venda com Cláusula de Preferência Vendas a Prestações Compra e Venda e Locação Fianceira Contrato de Sociedade Constituição de Sociedade Anónima Constituição de Sociedade por Quotas Constituição de Sociedade em Nome Colectivo Constituição de Sociedade em Comandita Aumento de Capital Aumento de Capital e Entrada de Novos Sócios Aumento de Capital por Incorporação de Reserva e em Numerário Transformação de Sociedade por quotas em Anónima e Aumento de Capital Dissolução Cessão de Quotas Cessão de Quotas e Alteração ao Pacto de Sociedade Fundo de Pensões Agência Distribuição Consórcio Trespasse de Estabelecimento Comercial Cessão de Exploração Cessão de Créditos Empréstimo Arrendamento Urbano Contrato de Arrendamento Habitacional Arrendamento Habitacional de Duração Limitada Arrendamento Comercial Arrendamento Rural Subarrendamento Doação Doação por Conta da Legítima e com Reserva de Usufruto Doação por Força da Quota Disponível e com Condição Dispensa de Colação Permuta Usufruto Compra e Venda de Usufruto Renúncia ao Usufruto Servidão Constituição de Propriedade Horizontal Estatutos de Condomínio Prestação de Serviços Contrato de Prestação de Serviços Empreitada Contrato de Trabalho Contrato de Trabalho a Termo Certo Contrato de Trabalho a Termo Incerto Contrato de Trabalho Sem Termo Formação Profissional Contrato de Edição ou de Publicação Contrato de Fornecimento de Equipamento Informático e Assistência e Manutenção Técnica Assistência Técnica de Software e Hardware Compb

 

 

 

 

 

 

 

José Nogueira dos Reis

 

 

 

 

José No dos Reis

 

 

 

 

 

 

 

 


 José Nogueira dos Reis José Nogueira dos Reis José No dos Reis A interiorização da informação - e, consequentemente, o sentido que o sujeito atribui à mesma - depende, em grande medida, da forma como se encontra ordenada ou organizada essa mesma informação; ter consciência disso foi mais um dos grandes méritos dos organizadores da Encyclopédie. Contemporaneamente, a "teoria matemática da comunicação" de Shannon e Weaver, ao estabelecer uma relação profunda (e inversa) entre ordem e informação - de tal modo que quanto menor a ordem (logo, a probabilidade, a certeza) maior a informação, e vice-versa -, reconhece precisamente que a ordem da informação , a forma como se encontra organizada a informação, ao tornar parcialmente redundante a informação que ela ordena, produz necessariamente efeitos semânticos.Se, como problema, o problema da organização da informação não é tão velho como a informação (escrita), ele data pelo menos do tempo (os fins da Idade Média) em que, graças à proliferação (sobretudo impressa) do escrito, o excesso de informação começa a reverter a escassez de informação escrita que, durante séculos, fora apanágio da cultura do Ocidente. Tal problema acarretou efeitos fundamentais quer a nível do bem de informação individual (o documento escrito, o livro) quer a nível do conjunto dos bens de informação (a biblioteca, o arquivo). Assim, no que se refere ao primeiro, invenções como a separação entre as palavras, a pontuação, a divisão em secções, capítulos e partes, a numeração das páginas, os índices, as notas, as bibliografias, e, no que se refere ao segundo, operações como a classificação e a catalogação (por autores, títulos, assuntos, data de publicação, etc.) denotam precisamente essa preocupação muito antiga de dar ordem à informação. Uma preocupação que se prolonga com os (nos) meios de informação mais recentes como o jornal moderno (a divisão em secções, a sua distribuição pelas diferentes páginas, a distinção entre notíciab

 

 

 

 

 

 

A interiorização da informação - e, consequentemente, o sentido que o sujeito atribui à mesma - depende, em grande medida, da forma como se encontra ordenada ou organizada essa mesma informação; ter consciência disso foi mais um dos grandes méritos dos organizadores da Encyclopédie. Contemporaneamente, a "teoria matemática da comunicação" de Shannon e Weaver, ao estabelecer uma relação profunda (e inversa) entre ordem e informação - de tal modo que quanto menor a ordem (logo, a probabilidade, a certeza) maior a informação, e vice-versa -, reconhece precisamente que a ordem da informação , a forma como se encontra organizada a informação, ao tornar parcialmente redundante a informação que ela ordena, produz necessariamente efeitos semânticos.
Se, como problema, o problema da organização da informação não é tão velho como a informação (escrita), ele data pelo menos do tempo (os fins da Idade Média) em que, graças à proliferação (sobretudo impressa) do escrito, o excesso de informação começa a reverter a escassez de informação escrita que, durante séculos, fora apanágio da cultura do Ocidente. Tal problema acarretou efeitos fundamentais quer a nível do bem de informação individual (o documento escrito, o livro) quer a nível do conjunto dos bens de informação (a biblioteca, o arquivo). Assim, no que se refere ao primeiro, invenções como a separação entre as palavras, a pontuação, a divisão em secções, capítulos e partes, a numeração das páginas, os índices, as notas, as bibliografias, e, no que se refere ao segundo, operações como a classificação e a catalogação (por autores, títulos, assuntos, data de publicação, etc.) denotam precisamente essa preocupação muito antiga de dar ordem à informação. Uma preocupação que se prolonga com os (nos) meios de informação mais recentes como o jornal moderno (a divisão em secções, a sua distribuição pelas diferentes páginas, a distinção entre notícias e artigos de opinião, etc.), a rádio e a televisão (a grelha dos diversos géneros de programas, em função das diferentes partes do dia, o tema ou a incidência de cada um desses programas, os eventuais autores e intervenientes, etc.); e, em qualquer destes meios também, como no livro, a classificação e a catalogação do conjunto dos bens de informação em arquivos escritos, sonoros ou audiovisuais, em função de critérios determinados e mais ou menos estabelecidos (as datas de publicação ou emissão, as secções, os assuntos, as personagens, etc.). Assim, ainda que meios como o jornal moderno, o cinema, a rádio, a televisão tenham introduzido algumas perturbações, podemos dizer que eles não puseram globalmente em questão a ordem dos livros (Chartier) que se foi construindo e afirmando ao longo dos séculos. Ora, essa ordem encontra-se hoje globalmente perturbada por aquilo a que, mimando a expressão de Chartier, chamaremos a ordem dos computadores . Em que é que tal ordem difere da anterior? Que novidades introduz? Como se articula com a própria ordem dos livros ?
Responder a estas questões exige, seguramente, tomar a presente obra como ponto de partida; o que não pressupõe, obviamente, que toda a informação esteja sujeita ao mesmo tipo de ordem que caracteriza o escrito, incitando antes a pensar (como, aliás, o próprio Chartier procura fazer) a especificidade das formas de organização próprias dos novos tipos de informação e dos efeitos de sentido que tais formas tendem a determinar.
A ordem dos livros uma ordem que se terá desenvolvido sobretudo entre os fins da Idade Média e o século XVIII e que dá o título a um dos livros do historiador francês (agora integrado como parte da presente obra) é entendida por Chartier num triplo sentido: num primeiro sentido, ela designa as operações múltiplas que tornam possível o pôr em ordem do mundo do escrito, tornado excessivo ainda na era do manuscrito mas, sobretudo, com o advento da imprensa ( operações como a inventariação dos títulos, a classificação das obras, a invenção do autor como princípio de designação, a organização das bibliotecas, etc.); num segundo sentido, ela designa a ordem que o texto entende impor ao leitor, seja ela a ordem (sequencial) da leitura, implicada pela forma do livro, a da compreensão, ou ainda a pretendida pela autoridade que comandou, autorizou ou difundiu a obra (o que não pressupõe, obviamente, um leitor passivo perante tais ordenações ); num terceiro e último sentido, ela designa o facto de que os livros (os textos) - os seus processos de produção, distribuição e leitura - comandam a possível apropriação dos discursos , configurando de um certo modo a ordem do discurso (Foucault) de cada época. Uma das consequências fundamentais desta tematização de Chartier é que o sentido da informação tem de ser concebido de uma forma muito mais complexa do que a visada pelas teorias que têm visto, sucessivamente, a tarefa hermenêutica centrada na intentio auctoris, na intentio opere ou na intentio lectoris, já que tal sentido envolve, para além do trabalho de autor e receptor, a actividade de uma série de outros autores e receptores (os impressores, os editores, os livreiros, os distribuidores, os bibliotecários, os comentadores, etc.) sobre os textos, bem como a mobilização de um conjunto de dispositivos sociais (materiais, técnicos, simbólicos) ligados a essa mesma actividade. Outra das consequências é a de que, pelo menos a partir de um certo momento e de uma certa complexidade, a produção da informação bem como o sentido que atribuímos a essa informação, é indissociável da produção de todo um conjunto de dispositivos de meta-informação , compreendendo catálogos, listas, inventários, sistemas de classificação, etc.. Paradoxalmente, reside aqui uma das razões pelas quais, a partir de certa altura, o excesso de informação se torna, por assim dizer, cada vez mais excessivo e insuportável pela mera ordem dos livros , obrigando à invenção e implementação de sistemas de meta-informação informatizados (bases de dados).
Se quisermos falar em "revoluções da informação" - talvez o termo "reconfigurações" traduzisse melhor a forma como Chartier concebe as mudanças a nível da informação e dos media -, então encontramo-nos presentemente imersos naquela que conduz do códice ao écran (ao hipertexto); uma "revolução" que, na opinião de Chartier, só é comparável àquela que, há muitos séculos atrás, conduziu do rolo ao códice. A presente "revolução" acarreta profundas consequências a nível da produção do escrito, da sua organização e da sua apropriação (leitura) que, como dissemos acima, "perturbam" globalmente a "ordem dos livros" - e algumas das quais Chartier procura precisamente pensar. logo, ao supender tese geral da atitude natural, toca de perto o concreto e ascende a um mundo que que se lhe oferece, ainda assim, na sua estranheza. Lévinas comenta: não há solipsismo mas possibilidade de solipsismo. Ou seja não se deve pensar a intencionalidade, ou seja o próprio fenómeno do sentido, como o In-der-Welt-sein de Heidegger. O homem conserva o poder de se olhar face ao mundo e de permanecer livre. Lévinas não deixa de extrair uma consequência para a própria forma de estar do homem no mundo, que transcende a pura reflexão epistemológica para se aproximar da razão prática, numa antevisão das preocupações éticas e meta-políticas que se afirmam com grande clareza nos últimos textos da antologia. A afirmação da razão é relacionada com a afirmação da liberdade. Se a crise das ciências é a crise da humanidade em nós, o eu sou não é verdadadeiramente humano não ser que se descubra como razão, ou seja como uma liberdade. (Cfr. Lévinas,p. 45)Com base nesta análise, Lévinas sustenta que o primado da consciência relaciona-se na filosofia husserliana à inspiração liberal que perpassa no seu trabalho.

 

 

 

 

 

José Nogueira dos Reis - Filosofia

pistemology de R. Audi es una introducción a la teoría del conocimiento con una clara intención pedagógica. Se estructura en tres partes centrales a través de las cuales discurren los diez capítulos del libro. La primera parte analiza las fuentes de justificación, conocimiento y verdad y comprende los cinco primeros capítulos: "Percepción", "Memoria", "Consciencia", "Razón" y "Testimonio". La segunda parte está dedicada a la estructura de la justificación y el conocimiento, desarrollándose en dos capítulos: "Inferencia del conocimiento" (capítulo 6) y "Arquitectura del conocimiento" (capítulo 7). La tercera y última parte trata sobre la naturaleza y alcance de la justificación y el conocimiento. Abarca tres capítulos: "Análisis del conocimiento" (capítulo 8), "Conocimiento científico, moral y religioso" (capítulo 9) y, finalmente, "Escepticismo" (capítulo 10).

 Epistemologia      
Epistemology,
                           de Robert Audi
Epistemology. A Contemporary Introduction to the Theory of Knowledge, de Robert Audi
Londres, Routledge, 1998, 340 pp.

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Epistemology de R. Audi es una introducción a la teoría del conocimiento con una clara intención pedagógica. Se estructura en tres partes centrales a través de las cuales discurren los diez capítulos del libro. La primera parte analiza las fuentes de justificación, conocimiento y verdad y comprende los cinco primeros capítulos: "Percepción", "Memoria", "Consciencia", "Razón" y "Testimonio". La segunda parte está dedicada a la estructura de la justificación y el conocimiento, desarrollándose en dos capítulos: "Inferencia del conocimiento" (capítulo 6) y "Arquitectura del conocimiento" (capítulo 7). La tercera y última parte trata sobre la naturaleza y alcance de la justificación y el conocimiento. Abarca tres capítulos: "Análisis del conocimiento" (capítulo 8), "Conocimiento científico, moral y religioso" (capítulo 9) y, finalmente, "Escepticismo" (capítulo 10).

En el primer capítulo, "Percepción", Audi comienza de forma muy elemental distinguiendo los elementos y las clases de percepción. La percepción implica alguna creencia sobre el objeto percibido y puede afirmarse que constituye una fuente básica para la justificación y el conocimiento. A continuación se preocupa de elucidar aquello que no constituye genuina percepción: ilusión y alucinación. Los fenómenos de ilusión y alucinación asociados a la percepción se diferencian entre sí porque el primero ilustra el que las cosas no sean como parecen y por lo tanto existe una distorsión en lo que hay, mientras que el segundo nos hace percibir algo donde no hay nada. La teoría de la apariencia queda cuestionada por estos dos fenómenos planteándose la existencia de intermediarios en la percepción, esto es: objetos internos y mentales.

Se distinguen tres tipos de teorías perceptivas: teorías de la apariencia, teorías de los datos de los sentidos, y teorías adverbiales. Las teorías de la apariencia postulan que percibir un objeto es simplemente percibir la apariencia de ciertas propiedades sin considerar la necesidad de una relación causal entre el objeto y su perceptor. La teoría de los datos de los sentidos que describe Audi es una visión realista pero indirecta en el sentido que la percepción es un mediador entre el objeto externo y el perceptor. Las teorías adverbiales sostienen que los objetos aparecen en un modo que puede designarse a través de un adverbio. En esta teoría se concibe la percepción como una manera analizable de experimentar las cosas.

En el capítulo 2 se considera la memoria como fuente de creencias, conocimiento y justificación. La memoria se construye sobre la percepción pues preserva la información adquirida a través de los sentidos. La memoria no es sólo almacenamiento o recuerdo de hechos del pasado, las creencias sobre el pasado incluyen también conexiones causales entre los eventos.

Audi analiza tres teorías de la memoria: la teoría representacional, la concepción fenomenalista y la teoría adverbial. La teoría representativa de la memoria es un realismo indirecto porque sostiene que al recordar un evento se tiene una creencia verdadera sobre él que está basada de forma adecuada en una imagen memorística. Las dos objeciones claras a esta teoría son por una parte, que recordar un evento no requiere un conocimiento previo de una imagen de él y, por otro lado, que el pensamiento memorístico puede ser posible sin objetos que sirvan como imágenes del pasado. El modelo fenomenalista pretende salvar estas dificultades postulando que la memoria descansa también en imágenes pero que éstas no son ni necesarias ni suficientes para recordar eventos. En las teorías adverbiales el recuerdo es epistémicamente directo. Según esta teoría se puede recordar activamente un evento en forma de imágenes o pasivamente si se tiene esta capacidad en un estado no realizado.

Audi defiende la memoria como una fuente de conocimiento y creencias justificadas incluso asegura que cuando las creencias no constituyen conocimiento o no descansan sobre un recuerdo real, la memoria puede justificar una creencia. La memoria retiene el conocimiento y la creencia y aunque no los genere su importancia epistemológica viene dada por esta capacidad para preservarlos.

El capítulo 3 aborda el concepto de consciencia desde el autoconocimiento y la introspección. La mente tiene procesos y propiedades que son fenómenos claves para la epistemología. Pensar es un proceso mental que envuelve una secuencia de eventos en la mente. Este proceso es ocurrente puesto que los eventos que lo constituyen transcurren o suceden. Creer también es un estado mental aunque no necesariamente tiene que ser consciente. Las creencias son disposicionales, no podemos decir de ellas que ocurran sino que pueden o no ocurrir bajo ciertas condiciones.

La introspección está formada por imágenes que producen una visión interna en términos de objetos reales procedentes de los datos de los sentidos. Las creencias introspectivas se pueden comparar con las creencias perceptivas para entender cómo 1a introspección y la consciencia en general pueden fundamentar el conocimiento. La diferencia epistemológica entre percepción y consciencia introspectiva reside en que la primera es una facultad reactiva que está presente en la mente sólo cuando se activan los sentidos mientras que la segunda es una facultad activa que se da espontáneamente y sin límite. Las causas de las creencias introspectivas son los procesos y eventos de la mente, no necesitan ser objetos que residan en ella, pero entonces, ¿cómo se puede acceder al contenido mental? Audi para responder a esta pregunta expone la doctrina del acceso privilegiado de Hume que asegura la infalibilidad y la omnisciencia del contenido mental. Dos tesis forman la doctrina fuerte del acceso privilegiado: en primer lugar, el contenido de la mente debe ser lo que se nos aparece; segundo, el contenido de la mente debe aparecer siendo lo que es. En la primera tesis se expresa la idea de que la consciencia introspectiva produce creencias que no pueden ser erróneas, es decir se muestra la imposibilidad de error o infalibilidad, La segunda tesis muestra la riqueza de la consciencia introspectiva, esto es, su omnisciencia frente al riesgo de ignorancia puesto que no se puede fallar en conocer lo que mentalmente ocurre en nosotros.

Audi cuestiona esta doctrina del siguiente modo: ¿Puede ocurrir que, conociendo la verdad sobre la consciencia de uno, se pueda creer algo falso sobre ella?, ¿cuál es la diferencia entre dos estados mentales que pueden confundirse, por ejemplo, soñar despierto y pensar? Pese a estas dificultades el autor afirma que la consciencia introspectiva es una fuente básica de justificación y creencia puesto que existen principios epistémicos y de justificación aplicables al dominio de lo mental.

El capítulo 4, dedicado a la razón, resulta fundamental para entender la epistemología en la que Audi pretende introducirnos. Las llamadas verdades de razón, son abordadas desde tres perspectivas diferentes: la visión clásica, la visión empírica y la visión convencionalista. La de mayor interés para Audi es la primera.

En una introducción al capítulo Audi describe las verdades de razón autoevidentes. La razón se concibe como la capacidad mental de entendimiento. Las verdades autoevidentes no necesitan premisas, explicaciones o reflexiones que las hagan evidentes puesto que lo son por ellas mismas. Las proposiciones autoevidentes son aquellas verdades que 1) si se entienden, se justifica su creencia y 2) si se creen entonces se conocen.

La visión clásica de las verdades de razón se basa en el modelo kantiano, aunque éste, tal como señala Audi, es mucho más complejo y difícil de interpretar. Son distinciones claves en esta visión las de analítico-sintético, necesario-contingente y a priori-a posteriori.

Las proposiciones analíticas son un caso de autoevidencia porque no dependen de ninguna premisa anterior o evidencia. Se caracterizan considerando que el concepto de predicado no añade nada al concepto de sujeto. Las proposiciones sintéticas se definen negativamente como no analíticas y en ellas se sintetizan conceptos y propiedades en una relación que no es de identidad entre sujeto y predicado.

Las verdades necesarias representan aquellas proposiciones que no pueden ser falsas, es decir, es absolutamente imposible su falsedad so pena de caer en contradicción. Las verdades contingentes son proposiciones que no son necesarias ni su negación tampoco lo es, esto es, su verdad o falsedad depende de las circunstancias que le rodeen.

A priori son todas las proposiciones que son cognoscibles directamente a través de la razón e independientemente de la experiencia. Las proposiciones a posteriori, por el contrario, se conocen a través de la experiencia (y son las llamadas verdades de experiencia o empíricas.)

En la visión clásica el a priori es coextensivo con la necesidad e incluye el analítico como una subcategoría, cualquier proposición que sea a priori es necesaria y a la inversa, pero no toda proposición a priori es analítica. Algunos problemas con los que se enfrenta la visión clásica son los de vaguedad, cambio de significado y la posibilidad de verdades empíricas necesarias. Todo ello conduce a una revisión de esta teoría que Audi ilustra acertadamente en dos cuadros que aclaran la relación de estos términos.

En el capítulo 5, sobre el testimonio, se desarrolla la última fuente de justificación, conocimiento y verdad. El testimonio produce creencias inferenciales acerca de lo dicho, transmite conocimiento pero no lo genera y, dependiendo de otras fuentes, debe cumplir con las condiciones mínimas de veracidad y credibilidad para tener un valor epistemológico. Puede ser formal o informal, en el primer caso deberá estar sujeto a las normas estructurales científicas y legales. La importancia del testimonio viene dada por su asociación al aprendizaje proposicional y conceptual. Ambos modos de aprender se dan por testimonio, "aprender que algo es como es" y "aprender cómo hacer algo" procuran conocimiento basado en un testimonio de carácter social.

El capítulo 6 pertenece a la segunda parte (estructura del conocimiento y la justificación) y en él Audi desarrolla la inferencia y extensión del conocimiento. La inferencia es una clase de razonamiento con una conclusión basada en una creencia en forma de proposición, enunciado o hipótesis. Audi analiza dos sentidos de inferencia: como proceso inferencial es un episodio mental del razonamiento y como contenido inferencial es una estructura de proposiciones. La inferencia puede ser generativa o confirmatoria dependiendo de si añade o fundamenta nuevas creencias. Respecto de la relación existente entre premisas y conclusión una inferencia tiene dos categorías: deductiva e inductiva. Esta división es una interpretación de la estructura inferencial que subyace al proceso de inferencia. A esta estructura se le denomina "argumento". El razonamiento que lleva de las premisas a la conclusión, es deductivamente válido si es absolutamente imposible que las premisas sean verdaderas y la conclusión falsa. En este sentido, las premisas del argumento válido implican lógicamente su conclusión. El razonamiento es inductivo cuando se toman las premisas para otorgar alguna razón en la creencia de la conclusión. Tal es el caso de los razonamientos probabilísticos que son inductivamente válidos atendiendo a si las premisas tienen una alta probabilidad de hacer verdadera su conclusión.

En el capítulo 7, "Arquitectura del conocimiento", Audi nos muestra las corrientes teóricas que se han preocupado de explicar la estructura del conocimiento. Comenta brevemente el fundacionalismo y de forma más detallada el coherentismo para, finalmente, parecer inclinarse por una clase de fundacionalismo moderado.

El fundacionalismo considera la estructura del cuerpo de conocimientos como "fundacional" en el sentido que cualquier conocimiento indirecto depende del conocimiento directo. La existencia de creencias básicas asegura la justificación del resto de creencias y en este sentido se reducen las fuentes básicas de conocimiento a la razón y la introspección. El coherentismo, por otra parte, postula que la justificación de una creencia depende de su "coherencia" con otras creencias. Las creencias son consideradas en términos de patrones de creencias mutuamente coherentes pero Audi nos advierte que esta coherencia no es sólo consistencia mutua, aunque la inconsistencia sea el caso más claro de incoherencia. La coherencia entre creencias es una relación interna porque es una cuestión de cómo estas creencias se relacionan unas con otras y no está referida a nada que esté fuera del sistema. Es, pues, una relación interna entre cogniciones. En relación con esto se da el problema del aislamiento (isolation problem) en el que se aborda la posibilidad de creencias igualmente coherentes pero incompatibles entre sí. Otros problemas para la corriente coherentista se encuentran a la hora de analizar el a priori o las verdades autoevidentes pues ellas no se definen considerando ningún otro tipo de creencias. Esto parece dejar al coherentismo en una situación incómoda pues sólo daría explicación a verdades empíricas dejando de ser una teoría general del conocimiento y la justificación. En vista de ello Audi considera un tercer modelo al que denomina "fundacionalismo moderado" que esta caracterizado básicamente por sostener tres principios: 1) la justificación de las creencias fundacionales es derrotable; 2) la justificación y el conocimiento no son necesariamente deductivas, y 3) existe una coherencia entre creencias. Audi cree que este fundacionalismo moderado evita el dogmatismo y permite clases alternativas de creencias fundacionales para diferente gente bajo distintas circunstancias.

Con el capítulo 8, "Análisis del conocimiento", entramos en la tercera y última parte del libro que está dedicada a la naturaleza y alcance del conocimiento. Audi comienza exponiendo algunas cuestiones básicas sobre el conocimiento y la creencia. Afirma que lo que no es verdadero no constituye conocimiento y considera que no toda creencia verdadera justificada constituye conocimiento, en cambio, todo conocimiento es al menos creencia verdadera justificada. A continuación, Audi se refiere a dos concepciones del conocimiento y la justificación: el externismo y el internismo. Si el conocimiento es al menos creencia verdadera sobre el mundo externo su fundamentación estará esencialmente en este mundo y expresada típicamente en modelos fiabilistas. Si la justificación de una creencia no implica su verdad, la fuente se encontrará en el interior de la mente y las creencias basadas en la experiencia de los sentidos apoyarán dicha justificación. Audi, a lo largo del capítulo, defiende un modelo internista para la justificación y un modelo externista para el conocimiento. Para finalizar este análisis del conocimiento considera distintas teorías sobre la verdad: la teoría de la correspondencia, la teoría minimalista, la teoría de la redundancia, la teoría de la verdad como coherencia y la teoría pragmática.

El capítulo 9 es quizás el que más se aleja de la introducción epistemológica propuesta por Audi. En él se contemplan algunos aspectos éticos del conocimiento y se reflexiona sobre el conocimiento científico, moral y religioso.

El capítulo 10 Audi lo dedica al escepticismo, volviendo a través de las variedades y dimensiones del escepticismo a problemas puramente epistemológicos. El pensamiento escéptico pone en duda o niega el conocimiento y Audi expone la influencia que éste ha tenido en la teoría del conocimiento. Contempla desde el escepticismo pirrónico- aquel que evita los juicios concernientes a proposiciones empíricas no evidentes- hasta el problema de la inducción planteado por Hume, que postula la falibilidad de las inferencias no deductivas.

Existen tres clases de infalibilidad epistémica que el escéptico puede rechazar: a) el principio de veracidad (el conocimiento debe ser sólo de verdades); b) el principio de necesidad (las proposiciones conocidas son necesariamente verdaderas), y c) el principio de infabilidad (sólo las creencias infalibles constituyen conocimiento). Audi, más que refutar el escepticismo, pretende rebatirlo y para ello enfatiza la distinción entre conocer algo y mostrar que se conoce. Lo que intenta es impugnar el escepticismo de una forma plausible mostrando que los argumentos escépticos no establecen la imposibilidad de conocimiento o creencia justificada. Sugiere que la visión del sentido común sobre el conocimiento del mundo externo es defendible incluso si éste no se puede demostrar. Audi mantiene en definitiva la existencia de conocimiento y creencias justificadas sobre la propia consciencia y las cuestiones a priori, afirmando en la última página que "skeptics certainly do not seem to have shown that we do not know this".

El objetivo de esta reseña ha sido presentar el manual de R.Audi a todos aquellos que estén interesados en la teoría del conocimiento. El carácter introductorio del libro no debilita la exposición que el autor realiza de las cuestiones centrales en epistemología. Los conceptos y teorías de esta disciplina filosófica están descritos con claridad y exactitud, estructurandose con acierto a lo largo del libro excepto, posiblemente, el capítulo 9. En definitiva, es un volumen útil para enfrentarse con la epistemología y que debe ser complementado con la bibliografía descrita en las notas del autor y al final del texto.

Carmen Carretero Gómez
Departamento de Lógica
ILCLI- Universidad del País Vasco
(Texto originalmente publicado na revista Teorema.)


 


José Nogueira dos Reis- Filosofia

Aristóteles contribuiu para o desenvolvimento de muitas ciências, mas, em retrospectiva, percebe-se que o valor desse contributo foi bastante desigual. A sua química e a sua física são muito menos impressionantes do que as suas investigações no domínio das ciências da vida. Em parte porque não possuía relógios precisos nem qualquer tipo de termómetro, Aristóteles não tinha consciência da importância da medição da velocidade e da temperatura. Ao passo que os seus escritos zoológicos continuavam a ser considerados impressionantes pelo próprio Darwin, a sua física estava já ultrapassada no século vi d. C.

 História da Filosofia

 

   

História
                                    Concisa da Filosofia Ocidental, de Anthony Kenny
História Concisa da Filosofia Ocidental, de Anthony Kenny
Tradução de Desidério Murcho, Fernando Martinho, Maria José Figueiredo, Pedro Santos e Rui Cabral
Revisão Científica de Desidério Murcho
Temas & Debates, Outubro 1999, 460 pp.

As ciências teóricas de Aristóteles
Anthony Kenny

Ciência e explicação

Aristóteles contribuiu para o desenvolvimento de muitas ciências, mas, em retrospectiva, percebe-se que o valor desse contributo foi bastante desigual. A sua química e a sua física são muito menos impressionantes do que as suas investigações no domínio das ciências da vida. Em parte porque não possuía relógios precisos nem qualquer tipo de termómetro, Aristóteles não tinha consciência da importância da medição da velocidade e da temperatura. Ao passo que os seus escritos zoológicos continuavam a ser considerados impressionantes pelo próprio Darwin, a sua física estava já ultrapassada no século vi d. C.

Em obras como Da Geração e Corrupção e Do Céu, Aristóteles legou aos seus sucessores uma imagem do mundo que incluía muitos traços herdados dos seus predecessores pré-socráticos. Adoptou os quatro elementos de Empédocles: terra, água, ar e fogo, caracterizado cada um deles por um único par de qualidades primárias, calor, frio, humidade e secura. Cada elemento tinha o seu lugar natural no cosmos ordenado, em direcção ao qual tinha tendência para ir por meio de um movimento característico; assim, os sólidos terrestres caíam, enquanto o fogo se erguia cada vez mais alto. Cada um desses movimentos era natural ao seu elemento; existiam outros, mas eram «violentos». (Mantemos hoje um vestígio desta distinção aristotélica quando contrastamos a «morte natural» com a «morte violenta».) A Terra ocupava o centro do universo: em seu torno, uma sucessão de esferas cristalinas concêntricas sustentavam a Lua, o Sol e os planetas nas suas viagens ao longo dos céus. Mais distante, uma outra esfera sustentava as estrelas fixas. Os corpos celestes não continham os quatro elementos terrestres; eram antes constituídos por um quinto elemento, ou quintessência. Além de corpos, possuíam almas: intelectos vivos divinos que guiavam as suas viagens ao longo do céu. Estes intelectos eram responsáveis pelo movimento, estando eles próprios em movimento, e por detrás deles, afirmava Aristóteles, deveria existir uma fonte de movimento, estando ela própria, no entanto, imóvel. Era a divindade última e imutável que punha em movimento todos os outros seres «em resultado do amor»  o mesmo amor que, nas últimas palavras do Paraíso de Dante, movia o Sol e as primeiras estrelas.

Mesmo o melhor dos estudos científicos de Aristóteles possui hoje um interesse meramente histórico; em vez de registar as suas teorias em pormenor, passarei a descrever a noção de ciência que sustenta todas as suas investigações nos diversos domínios. A concepção aristotélica de ciência pode ser resumida se dissermos que era empírica, explicativa e teleológica.

A ciência começa pela observação. No decurso das nossas vidas apercebemo-nos das coisas com os nossos sentidos, recordamo-las, construímos um corpo de experiências. Os nossos conceitos são retirados da nossa experiência; na ciência, a observação tem primazia sobre a teoria. Embora, no seu estado de maturidade, se possa fixar e transmitir a ciência por meio da forma axiomática descrita nos Analíticos Posteriores, torna-se evidente, pelos trabalhos pormenorizados de Aristóteles, que a ordem da descoberta é diferente da ordem da exposição.

Se a ciência começa com a percepção sensorial, termina com o conhecimento intelectual, que Aristóteles vê como possuindo um carácter especial de necessidade. As verdades necessárias são como as verdades imutáveis da aritmética: dois mais dois são quatro, sempre assim foi e sempre assim será. Opõem-se-lhes as verdades contingentes, tais como a verdade de os gregos terem vencido uma grande batalha naval em Salamina; algo que poderia ter acontecido de outro modo. Parece estranho afirmar, como Aristóteles, que aquilo que é conhecido tem de ser necessário: não será que podemos ter também conhecimento de factos contingentes da experiência, tais como o de Sócrates ter bebido a cicuta? Houve quem julgasse que Aristóteles estava a argumentar, falaciosamente, partindo da verdade

Necessariamente, se p é conhecida, p é verdadeira.

para

Se p é conhecida, p é necessariamente verdadeira.

o que não é de modo algum a mesma coisa. (É uma verdade necessária que se eu sei que há uma mosca na minha sopa, há uma mosca na minha sopa. Mas, mesmo que eu saiba que há uma mosca na minha sopa, não é necessariamente verdade que haja uma mosca na minha sopa: posso tirá-la de lá.) Mas talvez Aristóteles estivesse a definir a palavra grega para «conhecimento» de modo a restringir-se ao conhecimento científico. É uma hipótese muito mais plausível, especialmente se levarmos em linha de conta que, para Aristóteles, as verdades necessárias não se restringem às verdades da lógica e da matemática, mas incluem todas as proposições universalmente verdadeiras, ou mesmo «verdadeiras na sua maior parte». Mas a consequência  que seria certamente aceite por Aristóteles  de que a história não pode ser uma ciência, já que lida com acontecimentos individuais, mantém-se.

A ciência é, pois, empírica; é também explicativa, no sentido em que é uma procura de causas. No léxico filosófico incluído na sua Metafísica, Aristóteles distingue quatro tipos de causas ou explicações. Em primeiro lugar, afirma, há aquilo de que as coisas são feitas, e a partir da qual são feitas, tal como o bronze de uma estátua ou as letras de uma sílaba. A isto chama causa material. Depois, há a forma e o padrão de uma coisa, que podem ser expressos na definição da mesma; Aristóteles fornece-nos um exemplo: o comprimento proporcional de duas cordas de uma lira é a causa de uma ser a oitava da outra. O terceiro tipo de causa é a origem de uma mudança ou estado de repouso em qualquer coisa: Aristóteles dá como exemplos uma pessoa que toma uma decisão, um pai que gera uma criança, e em geral todos os que fazem ou alteram uma coisa. O quarto e último tipo de causa é o fim ou objectivo, aquilo em virtude do qual se faz algo; é o tipo de explicação que damos quando nos perguntam por que motivo estamos a passear e nós respondemos «para manter a boa forma».

O quarto tipo de causa (a «causa final») tem um papel muito importante na ciência aristotélica. Aristóteles investiga as causas finais não só da acção humana, como também do comportamento animal («Por que razão tecem as aranhas teias?») e dos seus traços estruturais («Por que razão têm os patos membranas interdigitais?»). Existem causas finais também para a actividade das plantas (tais como a pressão descendente das raízes) e dos elementos inanimados (tais como o impulso ascendente das chamas). Às explicações deste tipo chamamos «teleológicas», a partir da palavra grega telos, que significa fim ou causa final. Ao procurar explicações teleológicas, Aristóteles não atribui intenções a objectos inconscientes ou inanimados, nem está a pensar em termos de um Arquitecto Supremo. Está, sim, a enfatizar a função de diversas actividades e estruturas. Uma vez mais, estava mais inspirado na área das ciências da vida do que na química e na física. Até mesmo os biólogos posteriores a Darwin continuam a procurar incessantemente a função, ao passo que ninguém, depois de Newton, se lembrou de procurar uma explicação teleológica para o movimento dos corpos inanimados.

Palavras e Coisas

Ao contrário do seu trabalho nas ciências empíricas, há aspectos da filosofia teórica de Aristóteles que podem ainda ter muito para nos ensinar. Merecem especial destaque as suas afirmações acerca da natureza da linguagem, da natureza da realidade e da relação entre as duas.

Nas suas Categorias, Aristóteles apresenta uma lista dos diferentes tipos de coisas que podem afirmar-se a propósito de um indivíduo. Essa lista contém 10 artigos: substância, quantidade, qualidade, relação, espaço, tempo, postura, vestuário, actividade e passividade. Faria sentido dizer, por exemplo, que Sócrates era um ser humano (substância), que media 1,50 m (quantidade), que era talentoso (qualidade), que era mais velho que Platão (relação), que vivia em Atenas (espaço), que era um homem do século v a. C. (tempo), que estava sentado (postura), que envergava uma capa (vestuário), que estava a cortar um pedaço de tecido (actividade) e que foi morto por envenenamento (passividade). Esta não é uma simples classificação de predicados verbais: cada tipo de predicado irredutivelmente diferente, pensava Aristóteles, representa um tipo de entidade irredutivelmente diferente. Em «Sócrates é um homem», por exemplo, a palavra «homem» representa uma substância, nomeadamente Sócrates. Em «Sócrates foi envenenado», a palavra «envenenado» representa uma entidade chamada «passividade», nomeadamente o envenenamento de Sócrates. Aristóteles pensava provavelmente que qualquer entidade possível, fosse qual fosse a sua classificação inicial, seria, em última análise, atribuível a uma e apenas uma das 10 categorias. Assim, Sócrates é um homem, um animal, um ser vivo e, em última análise, uma substância; o crime cometido por Egisto é um assassinato, um homicídio, um acto de matar e, em última análise, uma actividade.

A categoria da substância é de importância primordial. As substâncias são coisas como mulheres, leões e couves, que podem ter uma existência independente e ser identificados como indivíduos de uma espécie particular; uma substância é, na despretensiosa expressão de Aristóteles, «um isto que é tal e tal»  este gato ou esta cenoura. As coisas que pertencem às outras categorias (às quais os sucessores de Aristóteles iriam chamar «acidentes») não são independentes; um tamanho, por exemplo, é sempre o tamanho de qualquer coisa. Os artigos das categorias «acidentais» existem apenas enquanto propriedades ou modificações de substâncias.

As categorias de Aristóteles não parecem ser exaustivas, e o seu grau de importância parece bastante desigual. Mas, mesmo que as aceitemos como uma possível classificação de predicados, será correcto considerar que um predicado representa qualquer coisa? Se «Sócrates corre» for verdadeira, deverá «corre» representar uma entidade de qualquer tipo, tal como «Sócrates» representa Sócrates? Mesmo que digamos que sim, é evidente que tal entidade não pode ser o significado da palavra «corre». Pois «Sócrates corre» faz sentido, mesmo sendo uma afirmação falsa; e por isso «corre» significa algo, mesmo que não exista aquilo que representa  neste caso, a corrida de Sócrates.

Se considerarmos uma frase como «Sócrates é branco», podemos, segundo Aristóteles, pensar em «branco» como algo que representa a brancura de Sócrates. Nesse caso, o que representa o «é»? Parecem existir diversas respostas possíveis a esta pergunta. a) Podemos dizer que não representa coisa alguma, limitando-se a marcar a relação entre sujeito e predicado. b) Podemos dizer que representa a existência, no sentido em que se Sócrates é branco, é porque existe qualquer coisa  talvez o Sócrates branco, ou talvez a brancura de Sócrates  que não existiria se Sócrates não fosse branco. c) Podemos dizer que representa o ser, entendendo-se «ser» como um infinitivo substantivado como «correr». Se escolhermos esta última resposta, parece ser necessário acrescentar que existem diversos tipos de ser: o ser denotado pelo «é» de um predicado substancial como «¼ é um cavalo» é um ser substancial, enquanto o ser denotado pelo «é» de um predicado acidental como «¼ é branco» é um ser acidental. Em textos diferentes, Aristóteles parece ter privilegiado ora uma, ora outra interpretação. A sua preferida é talvez a terceira. Nas passagens onde a expressa, retira dela a consequência de que o «ser» é um verbo de múltiplos significados, um termo homónimo com mais de um sentido (tal como «saudável» possui sentidos diferentes, mas relacionados, quando falamos de uma pessoa saudável, de uma pele saudável e de um clima saudável).

Afirmei anteriormente que, em «Sócrates é um homem», «homem» é um predicado da categoria da substância que representa a substância Sócrates. Mas esta não é a única análise que Aristóteles faz de uma frase deste género. Por vezes, esse «homem» parece representar antes a humanidade que Sócrates possui. Em tais contextos, Aristóteles distingue dois sentidos de «substância». Um este tal e tal  por exemplo, este homem, Sócrates  é uma substância primeira; a humanidade que ele possui é uma substância segunda. Quando fala nestes termos, Aristóteles esforça-se geralmente por evitar os universais do platonismo. A humanidade que Sócrates possui é uma humanidade individual, a humanidade própria de Sócrates; não é uma humanidade universal da qual todos os homens participem.

Movimento e Mudança

Uma das razões pelas quais Aristóteles rejeitou a Teoria das Ideias de Platão foi porque esta, tal como a metafísica eleática, negava de modo fundamental a realidade da mudança. Tanto na Física como na Metafísica, Aristóteles apresenta uma teoria da natureza da mudança concebida para enfrentar e desarmar o desafio de Parménides e Platão. Trata-se da sua doutrina do acto e potência.

Se considerarmos uma substância, como por exemplo um pedaço de madeira, descobrimos uma série de coisas verdadeiras no que respeita a essa substância num determinado momento, e uma série de outras coisas que, não sendo verdadeiras no que a ela diz respeito nesse momento determinado, poderão vir a sê-lo noutro momento. Assim, a madeira, apesar de ser fria agora, pode ser aquecida e transformada em cinza mais tarde. Aristóteles chamou «acto» àquilo que uma substância é, e «potência» àquilo que uma substância pode vir a ser: assim, a madeira está fria em acto mas quente em potência, é madeira em acto mas cinza em potência. A mudança do estado frio para o quente é uma mudança acidental que a substância pode sofrer sem deixar de ser a substância que é; a mudança do estado madeira para o estado cinza é uma mudança substancial em que ocorre uma mudança da própria substância. Em português podemos dizer, muito grosseiramente, que os predicados que contêm a palavra «pode», ou qualquer palavra com um sufixo modal como «ável» ou «ível», significam potência; os predicados que não contêm essas palavras significam acto. A potência, em contraste com o acto, é a capacidade de uma coisa para sofrer uma mudança de qualquer tipo, seja através da sua própria acção, seja através da acção de qualquer outro agente.

Os actos envolvidos em mudanças chamam-se «formas», e o termo «matéria» é utilizado como um termo técnico para designar aquilo que possui a capacidade para sofrer uma mudança substancial. Na nossa vida quotidiana, estamos familiarizados com a ideia de que uma e a mesma parcela de um ingrediente pode ser primeiro uma coisa e depois outro tipo de coisa. Uma garrafa contendo um quartilho de natas, depois de agitada, poderá conter manteiga e não natas. Aquilo que sai da garrafa é a mesma coisa que entrou: nada lhe foi retirado nem acrescentado. Contudo, aquilo que sai é diferente em género daquilo que foi introduzido. O conceito aristotélico de mudança substancial é derivado de casos como este.

A mudança substancial ocorre quando uma substância de um certo tipo se transforma numa substância de outro tipo. Aristóteles chama matéria àquilo que permanece a mesma coisa ao longo da mudança. A matéria assume primeiro uma forma e depois outra. Uma coisa pode mudar sem deixar de pertencer ao mesmo género natural, por meio de uma mudança que não pertence à categoria da substância, mas a qualquer uma das outras nove categorias: assim, um ser humano pode crescer, aprender, corar e ser subjugado sem deixar de ser humano. Quando uma substância sofre uma mudança acidental retém sempre uma forma ao longo da mudança, nomeadamente a sua forma substancial. Um homem pode ser primeiro P e depois Q, mas podemos sempre aplicar-lhe correctamente o predicado «¼ é um homem». E quanto à mudança substancial? Quando um pedaço de matéria é primeiro A e depois B, haverá algum predicado na categoria da substância, «¼ é C», que possamos sempre aplicar correctamente a essa matéria? Em muitos casos, não há dúvida de que existe tal predicado: quando o cobre e o estanho se transformam em bronze, a matéria em mudança nunca deixa de ser metal ao longo do processo. Contudo, não parece ser necessário que tal predicado deva existir em todos os casos; parece logicamente concebível que possa existir matéria que seja primeiro A e depois B sem que exista qualquer predicado substancial que possamos aplicar-lhe sempre correctamente. Em todo o caso, Aristóteles era dessa opinião; e chamou «matéria-prima» ao-que-é-primeiro-uma-coisa-e-depois-outra-sem-ser-coisa-alguma-o-tempo-todo.

A forma faz as coisas pertencerem a uma categoria particular; e, segundo Aristóteles, aquilo que faz as coisas serem indivíduos dessa categoria particular é a matéria. No dizer dos filósofos, a matéria é o princípio de individuação das coisas materiais. Isto significa, por exemplo, que duas ervilhas do mesmo tamanho e forma, por muito semelhantes que sejam, por mais propriedades ou formas que possam ter em comum, são duas ervilhas e não uma, porque correspondem a duas diferentes parcelas de matéria.

Não deve entender-se a matéria e a forma como partes de corpos, como elementos a partir dos quais os corpos são feitos ou peças dos quais possam ser retiradas. A matéria-prima não poderia existir sem forma: não precisa de assumir uma forma específica, mas tem de assumir uma forma qualquer. As formas dos corpos mutáveis são todas formas de corpos particulares; é inconcebível que exista uma qualquer forma que não seja a forma de um qualquer corpo. A não ser que queiramos cair no platonismo que Aristóteles explicitamente rejeitou com frequência, devemos aceitar que as formas são logicamente incapazes de existir sem os corpos dos quais são as formas. De facto, as formas nem existem em si próprias, nem são geradas do modo como as substâncias existem e são geradas. As formas, ao contrário dos corpos, não são feitas de coisa alguma; dizer que existe uma forma de A significa apenas que existe uma substância que é A; dizer que existe uma forma de cavalidade significa apenas que existem cavalos.

A doutrina da matéria e da forma é uma explicação filosófica de certos conceitos que empregamos na nossa descrição e manipulação quotidianas das substâncias materiais. Mesmo aceitando que a definição é filosoficamente correcta, fica ainda a questão: o conceito que procura clarificar terá realmente um papel a desempenhar numa explicação científica do universo? É sabido que aquilo que na cozinha parece uma mudança substancial de entidades macroscópicas possa surgir-nos no laboratório como uma mudança acidental de entidades microscópicas. A questão de saber se uma noção como a de matéria-prima possui, a um nível fundamental, qualquer aplicação à física, onde falamos de transições entre matéria e energia, continua a ser uma questão de opinião.

A forma é um tipo particular de acto, e a matéria um tipo particular de potência. Aristóteles pensava que a sua distinção entre acto e potência constituía uma alternativa à dicotomia entre Ser e Não-Ser, sobre a qual se apoiava a rejeição parmenídea da mudança. Uma vez que a matéria estava subjacente e sobrevivia a todas as mudanças, fossem substanciais ou acidentais, não se punha a hipótese de o Ser se tornar Não-Ser, ou de algo surgir a partir do nada. Uma das consequências desta explicação aristotélica, contudo, foi a ideia de que a matéria não poderia ter tido um princípio. Séculos mais tarde, isto colocaria um problema aos aristotélicos cristãos que acreditavam na criação do mundo material a partir do nada.

Alma, Sentidos e Intelecto

Uma das aplicações mais interessantes da doutrina da matéria e da forma de Aristóteles pode encontrar-se nos seus estudos de psicologia, nomeadamente no tratado Da Alma. Para Aristóteles, os homens não são os únicos seres que possuem alma ou psique; todos os seres vivos a possuem, desde as margaridas e moluscos aos seres mais complexos. Uma alma é simplesmente um princípio de vida: é a fonte das actividades próprias de cada ser vivo. Diferentes seres vivos possuem diferentes capacidades: as plantas crescem e reproduzem-se, mas não podem mover-se nem ter sensações; os animais têm percepção, sentem prazer e dor; alguns podem mover-se, mas não todos; alguns animais muito especiais, nomeadamente os seres humanos, conseguem também pensar e compreender. As almas diferem de acordo com estas diferentes actividades, por meio das quais se exprimem. A alma é, segundo a definição mais geral que Aristóteles nos apresenta, a forma de um corpo orgânico.

Tal como uma forma, uma alma é um acto de um tipo particular. Neste ponto, Aristóteles introduz uma distinção entre dois tipos de acto. Uma pessoa que não saiba falar grego encontra-se num estado de pura potência no que diz respeito à utilização dessa língua. Aprender grego é passar da potência ao acto. Porém, uma pessoa que tenha aprendido grego, mas que ao longo de um determinado tempo não faça uso desse conhecimento, encontra-se num estado simultâneo de acto e potência: acto em comparação com a posição de ignorância inicial, potência em comparação com alguém que esteja a falar grego. Ao simples conhecimento do grego, Aristóteles chama «acto primeiro»; ao facto de se falar grego chama «acto segundo». Aristóteles utiliza esta distinção na sua descrição da alma: a alma é o acto primeiro de um corpo orgânico. As operações vitais das criaturas vivas são actos segundos.

A alma aristotélica não é, enquanto tal, um espírito. Não é, de facto, um objecto tangível; mas isso resulta do facto de ser (como todos os actos primeiros) uma potência. O conhecimento do grego também não é um objecto tangível; mas não é, por isso, algo de fantasmagórico. Se há almas capazes, no seu conjunto ou em parte, de existirem sem um corpo  questão sobre a qual Aristóteles teve dificuldade em formar uma opinião  tal existência independente será possível não por serem simplesmente almas, mas por serem almas de um tipo particular com actividades vitais especialmente poderosas.

Aristóteles fornece descrições biológicas muito concretas das actividades da nutrição, crescimento e reprodução que são comuns a todos os seres vivos. O tema torna-se mais complicado, e mais interessante, quando procura explicar a percepção sensorial (específica dos animais superiores) e o pensamento intelectual (específico do ser humano).

Ao explicar a percepção sensorial, Aristóteles adapta a definição do Teeteto de Platão segundo a qual a sensação é o resultado de um encontro entre uma faculdade sensorial (como a visão) e um objecto sensorial (como um objecto visível). Contudo, para Platão, a percepção visual de um objecto branco e a brancura do próprio objecto são dois gémeos com origem na mesma relação; ao passo que, para Aristóteles, o ver e o ser visto são uma e a mesma coisa. Este último propõe a seguinte tese geral: uma faculdade sensorial em acto é idêntica a um objecto sensorial em acto.

Esta tese aparentemente obscura é outra aplicação da teoria aristotélica do acto e da potência. Permita-se-me ilustrar o seu significado por meio do exemplo do paladar. A doçura de um torrão de açúcar, algo que pode ser saboreado, é um objecto sensorial, e o meu sentido do paladar, a minha capacidade para saborear, é uma faculdade sensorial. A operação do meu sentido do paladar sobre o objecto sensível é a mesma coisa que a acção do objecto sensorial sobre o meu sentido. Ou seja, o facto de o açúcar ter um sabor doce para mim é uma e a mesma coisa que o facto de eu saborear a doçura do açúcar. O açúcar em si é sempre doce; mas só quando o coloco na boca a sua doçura passa de potência a acto. (Ser doce é um acto primeiro; saber a doce, um acto segundo.)

O sentido do paladar não é mais do que o poder para saborear, por exemplo, a doçura dos objectos doces. A propriedade sensorial da doçura não é mais do que ter um sabor doce para aquele que saboreia. Assim, Aristóteles tem razão quando afirma que a propriedade em acção é uma e a mesma coisa que a faculdade em operação. Claro que o poder para saborear e o poder para ser saboreado são duas coisas muito diferentes, a primeira relativa àquele que saboreia, e a segunda relativa ao açúcar.

Este tratamento da percepção sensorial é superior ao de Platão porque nos permite afirmar que as coisas do mundo possuem de facto qualidades sensoriais, mesmo quando não são percepcionadas. As coisas que não estão a ser vistas são realmente coloridas, e o mesmo se aplica aos cheiros e aos sons, que existem independentemente do facto de serem ou não percepcionados. Aristóteles pode afirmá-lo porque a sua análise do acto e da potência lhe permite explicar que as qualidades sensoriais são de facto poderes de um determinado tipo.

Aristóteles serve-se também desta teoria quando lida com as capacidades racionais e intelectuais da alma humana, fazendo uma distinção entre os poderes naturais, como o poder de queimar do fogo, e os poderes racionais, como a capacidade de falar grego. E defende que se todas as condições necessárias para o exercício de um poder natural estiverem presentes, esse poder será necessariamente exercido. Se pusermos um pedaço de madeira, adequadamente seco, sobre uma fogueira, o fogo queimá-lo-á; não há alternativa. Contudo, tal não acontece com os poderes racionais, que podem ser exercidos ou não, de acordo com a vontade do sujeito. Um médico que possua o poder para curar pode negar-se a exercitá-lo se o seu paciente for insuficientemente rico; pode até utilizar os seus talentos médicos para envenenar o paciente, em vez de o curar. A teoria dos poderes racionais de Aristóteles será usada para explicar o livre-arbítrio humano por muitos dos seus sucessores.

A doutrina de Aristóteles sobre os poderes intelectuais da alma é algo inconstante. Por vezes, o intelecto é apresentado como parte da alma; por conseguinte, e uma vez que a alma é a forma do corpo, o intelecto assim concebido deverá morrer com o corpo. Noutros pontos, Aristóteles argumenta que, sendo o intelecto capaz de apreender verdades necessárias e eternas, deverá ser em si mesmo, por afinidade, qualquer coisa de independente e indestrutível; e a dada altura sugere que a capacidade para pensar é algo de divino e exterior ao corpo. Finalmente, numa passagem desconcertante, objecto de intermináveis discussões ao longo dos séculos que se seguiriam, Aristóteles parece dividir o intelecto em duas faculdades, uma perecível e a outra imperecível:

O pensamento, tal como o descrevemos, é aquilo que é em virtude de poder tornar-se todas as coisas; ao passo que existe algo que é o que é em virtude de poder fazer todas as coisas: trata-se de uma espécie de estado positivo como a luz; pois, num certo sentido, a luz transforma as cores em potência em cores em acto. Neste sentido, o pensamento é separável, não passivo e puro, sendo essencialmente acto. E quando separado é exactamente aquilo que é, e só ele é imortal e eterno.

A característica do intelecto humano que terá por vezes levado Aristóteles a entendê-lo como separado do corpo e divino é a sua capacidade para o estudo da filosofia e, especialmente, da metafísica; e por isso temos de explicar finalmente de que modo Aristóteles entendia a natureza desta sublime disciplina.

Metafísica

«Há uma disciplina», escreve Aristóteles no quarto livro da sua Metafísica, «que teoriza sobre o Ser enquanto ser e sobre as coisas que pertencem ao Ser tomado em si mesmo.» A esta disciplina chama Aristóteles «filosofia primeira», definindo-a noutro texto como o conhecimento dos primeiros princípios e das causas supremas. As outras ciências, afirma, lidam com um tipo de ser particular, mas a ciência do filósofo diz respeito ao Ser universalmente e não apenas parcialmente. Noutras obras, contudo, Aristóteles parece restringir o objecto da filosofia primeira a um tipo particular de ser, nomeadamente a uma substância divina, independente e imutável. Existem três filosofias teóricas, afirma ele num outro texto: a matemática, a física e a teologia; e a primeira e mais digna das filosofias é a teologia. A teologia é a melhor das ciências teóricas porque lida com os seres mais dignos; precede a física e a filosofia natural, sendo mais universal do que elas.

Ambos os conjuntos de definições até ao momento considerados tratam a filosofia primeira como dizendo respeito ao Ser ou aos seres; diz-se também que é a ciência da substância ou substâncias. Em determinado ponto, Aristóteles afirma que a velha questão «O que é o Ser?» equivale à questão «O que é a substância?» Assim, a filosofia primeira pode ser considerada a teoria da substância primeira e universal.

Serão todas estas definições do objecto de estudo da filosofia equivalentes ou mesmo compatíveis? Alguns historiadores, considerando-as incompatíveis, atribuíram os diferentes tipos de definições a diferentes períodos da vida de Aristóteles. Mas, com algum esforço, podemos mostrar que é possível conciliá-las.

Antes de perguntarmos o que é o Ser enquanto ser, precisamos de esclarecer o que é o Ser. Aristóteles utiliza a expressão grega to on do mesmo modo que Parménides: o Ser é seja o que for que é seja lá o que for. Sempre que Aristóteles explica os sentidos de «to on», fá-lo explicando o sentido de «einai», o verbo «ser». O Ser, no seu sentido mais lato, é tudo o que possa surgir, numa qualquer frase verdadeira, antes da forma verbal «é». Segundo esta perspectiva, uma ciência do ser não seria tanto uma ciência daquilo que existe, mas antes uma ciência da predicação verdadeira.

Todas as categorias, diz-nos Aristóteles, exprimem o ser, porque qualquer verbo pode ser substituído por um predicado que contenha o verbo «ser»: «Sócrates corre», por exemplo, pode ser substituído por «Sócrates é um corredor». E todo o ser em qualquer categoria que não a da substância é uma propriedade ou modificação da substância. Isto significa que sempre que temos uma frase sujeito-verbo na qual o sujeito não seja um termo para uma substância, podemos transformá-la numa outra frase sujeito-verbo na qual o termo sujeito denota realmente uma substância  uma substância primeira, como um homem ou uma couve particulares.

Para Aristóteles, assim como para Parménides, é um erro equiparar simplesmente o ser à existência. Quando discute, na Metafísica, os sentidos de «ser» e «é» do seu léxico filosófico, Aristóteles nem sequer refere a existência como um dos sentidos do verbo ser, uma utilização que deverá distinguir-se da utilização do verbo com um complemento num predicado, tal como em «ser um filósofo». Isto surpreende-nos, já que ele próprio parece fazer essa distinção em livros anteriores. Nas Refutações Sofísticas, para contradizer a falácia segundo a qual aquilo em que se pensa deve existir para ser pensado, Aristóteles distingue entre «ser F», no qual ao verbo se segue um predicado (por exemplo, «ser pensado»), e apenas «ser». Aristóteles toma uma posição semelhante em relação ao ser F daquilo que deixou de ser, sem mais: por exemplo, de «Homero é um poeta» não se segue que Homero é.

Será talvez um erro procurar na obra de Aristóteles um só tratamento da existência. Quando os filósofos levantam questões a propósito das coisas que realmente existem e daquelas que não existem, é possível que tenham em mente três contrastes diferentes: entre o abstracto e o concreto (por exemplo, sabedoria versus Sócrates), entre o ficcional e o factual (por exemplo, Pégaso versus Bucéfalo) e entre o existente e o defunto (por exemplo, a Grande Pirâmide versus o Colosso de Rodes). Aristóteles lida com os três problemas em obras diferentes. Lida com o problema das abstracções quando discute os acidentes: são sempre modificações da substância. Qualquer afirmação sobre abstracções (como cores, acções, mudanças) deve ser analisável como uma afirmação sobre substâncias primeiras concretas. Lida com o problema do ficcional conferindo ao «é» o sentido de «é verdadeiro»: uma ficção é um pensamento genuíno, mas não é (ou seja, não é um pensamento verdadeiro). O problema sobre o existente e o defunto, que lida com as coisas que existem e aquelas que deixaram de existir, é resolvido pela aplicação da doutrina da matéria e da forma. Neste sentido, existir é ser matéria sob uma certa forma, é ser uma coisa de certa categoria: Sócrates deixa de existir ao deixar de ser um ser humano. Para Aristóteles, o Ser inclui qualquer coisa que exista de uma destas três maneiras.

Se o Ser é isso, o que é então o Ser enquanto Ser? A resposta é que não existe tal coisa. É certamente possível estudar o Ser enquanto ser e procurar as causas do mesmo. Mas isto é entrar num tipo de estudo especial, procurar um tipo de causa especial. Não é estudar um tipo de Ser especial nem procurar as causas de um tipo de Ser especial. Mais do que uma vez, Aristóteles insistiu em que «Um A enquanto F é G» deve ser entendido como um sujeito A e um predicado «é, enquanto F, G». Não deve ser entendido como consistindo num predicado «é G» que está ligado ao sujeito Um-A-enquanto-F. Eis um dos seus exemplos: «Um bem pode ser conhecido como bem» não deve ser analisado como «um bem como bem pode ser conhecido», porque «um bem como bem» é uma expressão destituída de sentido.

Mas se «A enquanto F» é um pseudo-sujeito em «Um A enquanto F é G», também «A enquanto F» é um pseudo-objecto em «Nós estudamos A enquanto F». O objecto desta frase é A, e o verbo é «estudamos enquanto F». Estamos a falar não do estudo de um tipo particular de objecto, mas de um tipo particular de estudo, um estudo que procura tipos particulares de explicações e causas, causas enquanto F. Por exemplo, quando estudamos fisiologia humana, estudamos os homens enquanto animais, ou seja, estudamos as estruturas e funções que os homens têm em comum com os animais. Não existe um objecto que seja um homem enquanto animal, e seria um disparate perguntar se todos os homens, ou se apenas alguns especialmente embrutecidos, serão homens enquanto animais. É igualmente disparatado perguntar se o Ser enquanto Ser significa todos os seres ou apenas alguns seres especialmente divinos.

Contudo, podemos estudar qualquer ser do ponto de vista particular do ser, ou seja, podemos estudá-lo em virtude daquilo que tem em comum com todos os outros seres. Será talvez legítimo pensar que isto é muito pouco: de facto, o próprio Aristóteles afirma que nada possui ser enquanto sua essência ou natureza: não há nada que seja apenas ser e nada mais. Mas estudar algo enquanto um ser é estudar algo sobre o qual é possível fazer predicações verdadeiras, precisamente do ponto de vista da possibilidade de fazer predicações verdadeiras sobre isso. A filosofia primeira de Aristóteles não estuda um tipo particular de ser; estuda tudo, todo o Ser, precisamente enquanto tal.

Ora, a ciência aristotélica é uma ciência de causas, pelo que a ciência do Ser enquanto ser será uma ciência que procura as causas da existência de qualquer verdade acerca de toda e qualquer coisa. Poderão existir tais causas? Não é difícil conferir sentido ao facto de um tipo particular de ser possuir uma causa enquanto ser. Se eu nunca tivesse sido concebido, nunca existiriam quaisquer verdades sobre mim; Aristóteles afirma que se Sócrates nunca tivesse existido, as frases «Sócrates está bem» e «Sócrates não está bem» jamais poderiam ser verdadeiras. Portanto os meus pais, que me deram existência, são as minhas causas enquanto ser. (São também as minhas causas enquanto ser humano.) Tal como os pais deles, e os pais dos pais deles por sua vez, e, em última instância, Adão e Eva, no caso de descendermos todos de um único par. E se algo tivesse dado existência a Adão e Eva, seria essa a causa de todos os seres humanos, enquanto seres.

Posto isto, podemos ver claramente de que modo o Deus cristão, o criador do mundo, pode ser entendido como a causa do Ser enquanto ser  a causa, pela sua própria existência, das verdades sobre si próprio, e, como criador, a causa eficiente da possibilidade de toda e qualquer verdade acerca de toda e qualquer coisa. Mas no sistema de Aristóteles, que não inclui um criador do mundo, qual é a causa do Ser enquanto ser?

No cume da hierarquia aristotélica dos seres estão os motores móveis e imóveis que são as causas finais de toda a geração e corrupção. São assim, de certo modo, as causas de todos os seres perceptíveis e corruptíveis, desde que sejam seres. A ciência que pretenda alcançar o motor imóvel estará a estudar a explicação de toda e qualquer predicação verdadeira e, desse modo, de todo e qualquer ser enquanto ser. Na sua Metafísica, Aristóteles explica que existem três tipos de substâncias: os corpos perecíveis, os corpos eternos e os seres imutáveis. Os dois primeiros tipos pertencem à ciência da natureza, e o terceiro à filosofia. Aquilo que explicar a substância, afirma, explicará todas as coisas, já que sem substâncias não existiriam mudanças activas nem passivas. Aristóteles avança então para a comprovação da existência de um motor imóvel, concluindo que «de tal princípio dependem os céus e a natureza»  ou seja, tanto os corpos eternos como os corpos perecíveis dependem do ser imutável. E este é o divino, o objecto da teologia.

O motor imóvel é anterior às outras substâncias, e estas são anteriores a todos os outros seres. «Anterior» é aqui utilizado não num sentido temporal, mas para denotar dependência: A é anterior a B, se pudermos ter A sem B mas não B sem A. Se não existisse um motor imóvel, não existiriam os céus e a natureza; se não houvesse substâncias, não haveria qualquer outra coisa. Podemos agora entender por que motivo Aristóteles afirmava que aquilo que é anterior possui um poder explicativo mais elevado do que aquilo que é posterior, e por que razão a ciência dos seres divinos, sendo anterior, pode entender-se como a mais universal das ciências: porque lida com seres que são anteriores, isto é, mais recuados na cadeia da dependência. A ciência dos seres divinos é mais universal do que a ciência da física porque explica tanto os seres divinos como os seres naturais; a ciência da física explica apenas os seres naturais e não os seres divinos.

Por fim, conseguimos compreender como se harmonizam as diferentes definições da filosofia primeira. Qualquer ciência pode ser definida pela área que pretende explicar ou por meio da especificação dos princípios pelos quais o explica. A filosofia primeira tem como área de explicação o universal: propõe-se apresentar um tipo de explicação para toda e qualquer coisa e encontrar uma das causas da verdade de toda e qualquer predicação verdadeira. É a ciência do Ser enquanto ser. Mas, se passarmos do explicandum para o explicans, podemos dizer que a filosofia primeira é a ciência do divino; pois aquilo que explica fá-lo por referência ao motor imóvel divino. Não lida apenas com um só tipo de Ser, já que faz a descrição não apenas do próprio divino, mas de tudo o que existe ou é alguma coisa. Mas é, por excelência, a ciência do divino, já que explica tudo por referência ao divino e não, como a física, por referência à natureza. Assim, a teologia e a ciência do Ser enquanto ser são uma e a mesma primeira filosofia.

Somos por vezes levados a pensar que a fase final da compreensão da metafísica aristotélica é uma apreciação da natureza profunda e misteriosa do Ser enquanto Ser. Na verdade, o primeiro passo em direcção a essa compreensão é a tomada de consciência de que o Ser enquanto Ser é um espectro quimérico engendrado por não se prestar atenção à lógica aristotélica.

Anthony Kenny


JNogueiraReis@sapo.pt