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J.N.Reis
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SANTA EUGENIA
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Vista Parcial de Santa Eugénia |
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José Nogueira dos Reis |
O Nome, deriva do Grego e quer dizer:
Bem vinda, bem aparecida, de boa indoe, de boa linhagem, de boa familia:
EUGENIA
EugeneioV, eugeneia (eugéneios, eugéneia) es
un adjetivo griego del que derivan los nombres de Eugenio y Eugenia, y significa bien nacido, bien nacida, de buen linaje,
de buena índole, noble. Fue en griego y sigue siendo en sus traducciones, uno de los mejores elogios que se suelen hacer de
una persona. Con él se expresan las cualidades innatas, las que forman parte de la naturaleza de cada uno, aquellas con las
que ha nacido. El prefijo eu (eu) significa "bien", y geneioV (géneios) geneia (géneia) significa "engendrado, engendrada"; con lo que el significado primitivo de este nombre es "bien
engendrada". Se utilizó mucho, no sólo en el griego clásico, sino también en la coiné como sobrenombre elogioso, designando
especialmente la nobleza de espíritu, y de ahí pasó a convertirse en nombre propio cuya fuerza y belleza seduce a cuantos
conocen su significado.
Santa Eugenia mártir de los primeros tiempos de la Iglesia. Su culto estuvo muy extendido desde
los primeros siglos. La patrística cita el dístico que desde el siglo IV figuraba en la iglesia de san Avito: Eugeniae
dudum toto celebérrima mundo / fama fuit, dum dat Christi pro nómine vita. (La fama de Eugenia fue célebre en todo el
mundo porque dio la vida por el nombre de Cristo.) Con ser tan grande su celebridad, son escasos los datos biográficos que
de ella se conservan. Cuenta la tradición que era Eugenia hija de Felipe, el prefecto de Alejandría que luego fue obispo de
esta ciudad y sufrió el martirio. Cuenta asimismo que los santos Proto y Jacinto, que también sufrieron martirio, eran esclavos
suyos. Fue ella misma quien les transmitió la fe en Cristo. También ella sufrió persecución y fue sometida a suplicio y muerte
detrás de sus esclavos.
Las Eugenias celebran su
onomástica el 11 de septiembre; pueden optar también por celebrarla el 3 de enero, en que se conmemora el martirio
de santa Eugenia de África; o el 26 de marzo, conmemoración del martirio de santa Eugenia de Córdoba (Marmolejo), víctima
de la persecución sarracena el año 923. En cuanto a la forma masculina de este nombre, ha sido también sumamente apreciada:
dieciocho santos, entre ellos cuatro papas, lo llevaron. Se llamaron también Eugenio un emperador romano, siete reyes de Escocia
y varios príncipes de casas europeas. Pero nadie como la emperatriz Eugenia dio lustre a este nombre. Nació en Granada (1826)
y murió en Madrid en 1920. Vivió casi un siglo. Fue emperatriz de los franceses. Su apoyo al proyecto del canal de Suez fue
decisivo.
Es el de Eugenia un
nombre lleno de fuerza, que emana de su propio significado. Los nombres, como creían nuestros antepasados, tienen cada uno
su propia virtud, y actúan como un talismán. El de Eugenia sabemos en qué dirección actúa: empuja a quienes lo llevan a ser
coherentes con su nombre y a cultivar la nobleza de espíritu, la magnanimidad, la confianza en las propias fuerzas y toda
la virtud que emana del mismo nombre; fuerza y virtud que han ido incrementando cada una de las grandes mujeres que lo han
llevado. Por ello las Eugenias pueden legítimamente sentirse orgullosas de su nombre y llevarlo como salvaguarda de la nobleza
de espíritu que con él pregonan. ¡Felicidades
JNogueiraReis@sapo.pt |
José Nogueira dos Reis
O Curriculum Vitae
2º Ano do Curso Complementar
Português, exame ADOC (Faculdade de Letras no Porto
)
Curso de Primeiros socorros Secretaria de Estado da
Segurança Social e
Prevenção no Trabalho
Curso de Jovem Empresário Agrícola Ministério da Agricultura
Curso de Aquisição de Competências Sócio Profissionais (POEFDS ) Sendo
constituído por duas partes: Uma de Formação teórica com duração de
492horas, estando incluídas 120horas de informática, ministradas pelo
Exmº Doutor António Mansilha; e a outra, de Formação Prática com duração
de 168horas, correspondendo a um estágio, na entidade Junta de Freguesia
Stª. Eugénia, que se está a prolongar desde Janeiro até à data. Exercendo
as Funções de Toda a
Parte Administrativa, Atendimento ao Público,
ensaios, debates, levantamentos Sócio Culturais, Patrimoniais,
Históricos, Estudos,
Planos e Objectivos, requerimentos para todas e
quaisquer Repartições(como por ex.: Pedidos
de Licença de plantio,
reconstituições,
certidões de teor, apoio telefónico, contagem de tempo
para ex-combatentes,
subsídios agrícolas, declaração de transporte de
produtos agrícolas, de residência, de posse, de condição económica, de
vida, etc. etc.),
buscas na Internet. Uma espécie de «Loja do cidadão»,
mas, com um só «funcionário polivalente», um verdadeiro gabinete de apoio
ao munícipe.
Leitor Cobrador
Técnico Classificador de Vinhas
Animação Cultural
Promoção Cultural
Levantamento de Prédios Rústicos
Recenseamento Geral Agrícola
Censos
Previdência Social, direitos, deveres, legislação e
novos documentos
Imobiliária - Tecnicas, vendas, financiamentos, etc
Vindima - Transporte, legislação e fiscalização
Formação Autarca Autarcas, Autarquias, Municípios e
Munícipes
Formação Autarca Protecção Civil, acidentes, incêndios,
levantamento de riscos
e de meios, quer tecnicos, que humanos
2 de 1 semana cada 1 Seminário de Vila-Real(Padre Feitor
Pinto ),
incluía temas como: Historial do Cristianismo e das
Religiões mais
significativas; Cristianismo, outras religiões e liberdade
de culto;
Igreja e Estado; O cristão e a sociedade contemporânea;
Paz, guerra,
direitos universais do homem, Objectores de consciência
, solidariedade
e mecenato; Idealismo e Materialismo; Cristianismo
e Marxismo.
2002
Estágio na Junta de Freguesia de Santa Eugénia
2001
Censos
2000
Leitor de contadores eléctricos EDP(concelho de Alijó,
Sabrosa e Murça )
1999
Escriturário Norte Frangos
1998
Vendedor Norte Frangos
1997
Vendedor Monteiro & Filhos
1996
Técnico Classificador de Vinhas (ENDEM, Instituto do
vinho e da vinha )
1995
Promotor Cultural Grupo Desportivo Cultural e Recreativo
de StªEugénia
1994
Técnico de Armazém (Exportação ) Moto Meter
1993
Imobiliária
- ( Madrid )
1992
Mordomo
- ( Madrid )
1991
Barman ( Madrid ); Censos 1991
DE 1977 a 1992
Fui Empresário Agrícola, embora, por vezes, acumulasse
com outras funções
1987
Recenseamento Geral Agrícola
DE 1984 a 1986
Mediador de Seguros Eagle Star
De 1979 a 1981
Educador de Adultos Ministério da Educação
1973
Levantamento de Propriedades Agrícolas Ministério das
Finanças
DE 1972 a 1973
Escriturário Colégio Nossa Senhora da Boavista ( Vila
Real )
De 1970 a 1972
Escriturário Casa do Povo de Santa Eugénia
Outras Actividades
Teatro Autor, Co encenador e Actor
Co Fundador do Centro Cultural e Recreativo de StªEugénia
Co Fundador do Grupo Desportivo Cultural e Recreativo
de StªEugénia
Co Fundador do Centro Social de StªEugénia
Direcção da Casa do Povo de StªEugénia
Assembleia
Candidato a Assembleia de Freguesia
Candidato a Assembleia Municipal
Deputado da Assembleia Municipal
de Freguesia
Militante de Partido Político
Sócio dos Bombeiros Voluntários de Alijó
G.D.C.R.StªEugénia
Cento Social
Cooperador do Funcionário/Encarregado do Grémio dos
Viniticultores
dos CTT
Estafeta dos CTT ( Carteiro )
Explicador
Participação em Torneios de Damas e Xadrez
Participação na 1ªVinord ( 3º Lugar Canções )
Participação no 1º FITEI ( Festival de Teatro de Expressão
Ibérica )
Atleta de Futebol
Membro de Mesas da Assembleia de voto; Inclusive 16/12/2001
e 17/03/2002
Organização de várias excursões a :
Santarém
Braga
Castelo Branco
Mirandela
Santiago de Compostela
Membro do Grupo Cristão «Oásis»
Delegado Político
Encontros de Municípios
Participei em várias iniciativas do INATEL
Co Fundador da Associação de ovinos e caprinos de Vila
Real e Bragança
1968 Fundei e Redigi um jornal de turma (Gomes Teixeira)
1970 Co
Fundador do Jornal menor, «O Plátano», jornal de intervenção politica
1974 - Participei Activamente nas campanhas de «Politização»
« Capacidade para o Dia a
Dia
Contratos
- Conceito de Contrato
- Regulamento Geral
- Forma que devem Revestir
- Aspectos a Considerar Quando se Pretende Celebrar um Contrato
- Tipos de Cotrato que com maior ou menor dificuldade sei
Redigir
- Contrato-Promessa
- Contrato de Compra e Venda
- Compra e Venda de Prédio Rústico
- Compra e Venda de Prédio Misto
- Compra e Venda de Prédio Urbano
- Declaração de Consentimento de Venda
- Compra e Venda com Reserva de Propriedade
- Compra e Venda com Cláusula de Preferência
- Vendas a Prestações
- Compra e Venda e Locação Fianceira
- Contrato de Sociedade
- Constituição de Sociedade Anónima
- Constituição de Sociedade por Quotas
- Constituição de Sociedade em Nome Colectivo
- Constituição de Sociedade em Comandita
- Aumento de Capital
- Aumento de Capital e Entrada de Novos Sócios
- Aumento de Capital por Incorporação de Reserva e em Numerário
-
Transformação de Sociedade por quotas em Anónima e Aumento de Capital
- Dissolução
- Cessão de Quotas
- Cessão de Quotas e Alteração ao Pacto de Sociedade
- Fundo de Pensões
- Agência
- Distribuição
- Consórcio
- Trespasse de Estabelecimento Comercial
- Cessão de Exploração
- Cessão de Créditos
- Empréstimo
- Arrendamento Urbano
- Contrato de Arrendamento Habitacional
- Arrendamento Habitacional de Duração Limitada
- Arrendamento Comercial
- Arrendamento Rural
- Subarrendamento
- Doação
- Doação por Conta da Legítima e com Reserva de Usufruto
- Doação por Força da Quota Disponível e com Condição
- Dispensa de Colação
- Permuta
- Usufruto
- Compra e Venda de Usufruto
- Renúncia ao Usufruto
- Servidão
- Constituição de Propriedade Horizontal
- Estatutos de Condomínio
- Prestação de Serviços
- Contrato de Prestação de Serviços
- Empreitada
- Contrato de Trabalho
- Contrato de Trabalho a Termo Certo
- Contrato de Trabalho a Termo Incerto
- Contrato de Trabalho Sem Termo
- Formação Profissional
- Contrato de Edição ou de Publicação
- Contrato de Fornecimento de Equipamento Informático e Assistência
e Manutenção Técnica
- Assistência Técnica de Software e Hardware
- Compra e Venda de Equipamento Informático
- Manutenção de Equipamento Informático
- Aluguer de Veículos sem Condutor
Requerimentos
·
Conceito de Requerimento
Requerimentos Judiciais
·
Confiança do Processo
·
Desentranhamento de Documentos
·
Desistência de Queixa-Crime
·
Não Oposição à Desistência de Queixa-Crime
·
Extinção da Instância
·
Informação de Mudança de Residência
·
Junção de Guia de Depósito aos Autos
·
Guia de Depósito
·
Junção de Atestado Médico aos Autos (justificação de falta)
·
Junção de Procuração aos Autos
·
Pedido de Certidão de Acordo sobre Poder Paternal e Respectiva Homologação
·
Pedido de Certidão Comprovativa de Sentença Homologatória de Divórcio
·
Pedido de Escusa pelo Defensor Oficioso
·
Pedido de Prorrogação de prazo
·
Renovação do Pedido de Divórcio
Requerimentos Dirigidos A Autarquias Locais
·
Pedido de Aprovação de Projecto de Estabelecimentos Similares dos Hoteleiros e Estabelecimentos do (grupo B)
·
Pedido de Autorização para Colocação de Reclames
·
Pedido de Autorização para Colocação de Toldos
·
Pedido de Averbamento de Licença
·
Pedido de Carta de Feirante
·
Pedido de Certidão de Alvará de Habitabilidade
·
Pedido de Certidão de Licença de Habitação e Ocupação
·
Pedido de Certidão de Recenseamento Militar
·
Pedido de Certidão de Situação Económica
·
Pedido de Certidão de Teor do Auto de Vistoria
·
Pedido de Duplicado de Livrete ou Carta de Velocípedes C/ou S/Motor
·
Pedido de Vistoria Dirigido dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento
·
Pedido de Fotocópia de Atestado de Habitabilidade
·
Pedido de Licença de Caça
·
Pedido de Licença de Construção de Muro
·
Pedido de Licença de Habitabilidade
·
Pedido de Licença de Porta Aberta de Estabelecimento
·
Pedido de Licença de Rampa Fixa
·
Pedido de Licença de Publicidade em Viaturas
·
Pedido de Ligação à Rede Geral de Águas
·
Pedido de Marcação de Exame de Condução de Velocípedes C/Motor
·
Pedido de Renovação de Licença de Uso e Porte de Arma
·
Requerimento de Vistoria e Posterior Realização de Obras
·
Requerimento de Vistoria Dirigido aos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento
Requerimentos Dirigidos Aos
ServiçosDe Administração Fiscal
·
Pedido de Certidão de Teor Matricial
·
Pedido de Liquidação do Imposto de Selo por Publicidade Pintada em Veículos
- Pedido de Autorização para Instauração de Processo de Liquidação
em Concelho Diferente
- Pedido de Certidão de se Encontrar Assegurado Imposto Sucessório
pela Transmissão de Imóveis por Doação
- Pedido de Certidão de se Encontrar Assegurado o Imposto
Sucessório pela Transmissão de Imóveis por Sucessão
- Pedido de Certidão Comprovativa de Imposto Sucessório Pago ou Não Devido pela Transmissão de Bens Mobiliários
- Pedido de Certidão para Efeito de Registo de Automóveis
na Conservatória do Registo Automóvel
- Pedido de Prorrogação de Prazo para Apresentação de Relação de Bens
- Pedido de Transferência de Processo para Concelho Diferente
- Pedido para Depositar a Importância Julgada Necessária para
Garantir o Pagamento do Imposto Devido pelos Bens Mobiliários
- Pedido de Depósito do Imposto Provável Relativamente a Veículos
Automóveis
- Pedido de Isenção de Contribuição Autárquica
- Pedido de Inscrição de Prédio na Matriz
- Pedido de 2ª Via de Caderneta Predial
- Pedido de Restituição de Sisa por não se ter Realizado a
Compra
- Pedido de Averbamento de Prédio a Favor de Herdeiro(a)
- Pedido de Averbamento de Usufruto à Matriz Predial
- Pedido de Certidão de Prédios Inscritos na Matriz e Respectivos
Teores e Valores Tributáveis
- Pedido de Certidão de Inscrição de Prédio na Matriz
- Pedido de 2ª Via de Número de Contribuinte
Procurações
· Conceito de Procuração
·
Forma que devem Revestir
·
Representação de Sociedades e Outras Pessoas Colectivas
·
Extensão de Poderes Forenses
·
Substabelecimento
·
Revogação de Procurações
·
Minutas
·
Procuração com Poderes Forenses Gerais
·
Procuração com Poderes Forenses Gerais e os Especiais de Assinar Cheque Judiciais
·
Procuração com Poderes Forenses Gerais e os Especiais de Representação na Audiência Preparatória, com Poderes para
Transacionar, Acordar ou desistir de Pedido ou de Instância
·
Procuração com Poderes Forenses Gerais Outorgada por Representante de Junta de Freguesia
·
Procuração com Poderes Genéricos de Administração Civil
·
Procuração para Aceitação de Doação
·
Procuração para Aceitação de Hipoteca Resultante de Acordo de Credores
·
Procuração para Adquirir Propriedades e Assinar Escrituras
·
Procuração para Compra de Determinado Prédio
·
Procuração para Conferir Poderes de Gerência
·
Procuração para Confessar, Desistir ou Transacionar
·
Procuração para Convocação de Credores
·
Procuração para Dar de Arrendamento um Determinado Prédio
·
Procuração para fazer Doações
·
Procuração para Inventário
·
Procuração para Levantar Vales Postais e Actos Similares
·
Procuração para Promover Casamento
·
Procuração para Repúdio de Herança
·
Procuração para Representação na Conferência de Divórcio
·
Renúncia à Procuração Forense
·
Substabelecimento
E Outros
· Registo de uma Criança
· O que fazer para Contraír Casamento
· Divórcio por Mútuo Consentimento
· Separação Judicial de Pessoas e Bens
· Testamentos
· Assuntos Vários
Actas
· De Assembleia de Condomínio
· Para Eleição de Conselho Fiscal
· De Associações Culturais e Associativas
· De Instituições de caracter Público e Públicas
· De Assembleia de Freguesia e Municipal
· De Executivos Particulares e Públicos
· Praticamente todas as Respostas a Pedidos às Autarquias
· Carta a enviar à Entidade Patronal para Concessão de Licença
S/Retribuição
· Carta a Enviar pelos Senhorios aos Inquilinos para Actualização
de Renda
· Carta a Enviar ao Senhorio aquando do Falecimento do Arrendatário
para Transmissão do Arrendamento
· Carta a Pedir Autorização ao Senhorio para Realização de
Obras
· Cessação do Contrato de Trabalho por Acordo
· Comunicação por Denúncia do Contrato de Trabalho a Termo
Certo/incerto
· Comunicação para Rescisão do Contrato de Trabalho com Aviso
Prévio
· Comunicação para Revogação unilateral do contrato Durante
o Período Experimental
· Declaração de Autorização de Saída do País de Menores não
Acompanhados dos Pais
· Declaração que Autoriza a Utilização de Automóvel de Outrém
para Transpor a Fronteira
· Declaração de Quitação
· Procedimentos a Adoptar por Entidades que se Dedicam a Actividades
Comerciais
· Publicação no Diário da República
· Escrituras
· Actas
· Convocatórias
Formalidades Após O Falecimento
· Processo Sucessório Fiscal
· Habilitação Notarial de Herdeiros
Documentos Dirigidos À Casa do Douro
E/ou Ao Plantio da Vinha
q Pedidos de Autorização de Benefício
q Pedidos de Reclassificação de Castas, Terreno, Exposição, Inclinação,
Altitude,
q Etc.
q Pedidos de Recontagem de Videiras, Bacelos e Percentagem de Falhas.
q Etc.
Documentos Dirigidos Ao Plantio da Vinha
(Instituto da Vinha e do Vinho)
q Pedido de Licença de Plantação
q Pedido de Transferência de Bacelos
q Pedido de Reconstituição
q Pedido de Análise do Terreno
q Etc. | |
2º Ano do Curso Complementar
Português, exame ADOC (Faculdade de Letras no Porto
)
Curso de Primeiros socorros Secretaria de Estado da
Segurança Social e
Prevenção no Trabalho
Curso de Jovem Empresário Agrícola Ministério da Agricultura
Curso de Aquisição de Competências Sócio Profissionais
(POEFDS ) Sendo
constituído por duas partes: Uma de Formação
teórica com duração de
492horas, estando incluídas 120horas de informática,
ministradas pelo
Exmº Doutor António Mansilha; e a outra, de Formação
Prática com duração
de 168horas, correspondendo a um estágio, na
entidade Junta de Freguesia
Stª. Eugénia, que se está a prolongar desde Janeiro
até à data. Exercendo
as Funções de Toda a Parte Administrativa, Atendimento
ao Público,
ensaios, debates, levantamentos Sócio Culturais, Patrimoniais,
Históricos, Estudos, Planos e Objectivos, requerimentos
para todas e
quaisquer Repartições(como por ex.: Pedidos de Licença
de plantio,
reconstituições, certidões de teor, apoio telefónico,
contagem de tempo
para ex-combatentes, subsídios agrícolas, declaração
de transporte de
produtos agrícolas, de residência, de posse, de condição
económica, de
vida, etc. etc.), buscas na Internet. Uma espécie de
«Loja do cidadão»,
mas, com um só «funcionário polivalente», um verdadeiro
gabinete de apoio
ao munícipe.
Leitor Cobrador
Técnico Classificador de Vinhas
Animação Cultural
Promoção Cultural
Levantamento de Prédios Rústicos
Recenseamento Geral Agrícola
Censos
Previdência Social, direitos, deveres, legislação e
novos documentos
Imobiliária - Tecnicas, vendas, financiamentos, etc
Vindima - Transporte, legislação e fiscalização
Formação Autarca Autarcas, Autarquias, Municípios e
Munícipes
Formação Autarca Protecção Civil, acidentes, incêndios,
levantamento de riscos
e de meios, quer tecnicos, que humanos
2 de 1 semana cada 1 Seminário de Vila-Real(Padre Feitor
Pinto ),
incluía temas como: Historial do Cristianismo e das
Religiões mais
significativas; Cristianismo, outras religiões e liberdade
de culto;
Igreja e Estado; O cristão e a sociedade contemporânea;
Paz, guerra,
direitos universais do homem, Objectores de consciência
, solidariedade
e mecenato; Idealismo e Materialismo; Cristianismo
e Marxismo.
2002
Estágio na Junta de Freguesia de Santa Eugénia
2001
Censos
2000
Leitor de contadores eléctricos EDP(concelho de Alijó,
Sabrosa e Murça )
1999
Escriturário Norte Frangos
1998
Vendedor Norte Frangos
1997
Vendedor Monteiro & Filhos
1996
Técnico Classificador de Vinhas (ENDEM, Instituto do
vinho e da vinha )
1995
Promotor Cultural Grupo Desportivo Cultural e Recreativo
de StªEugénia
1994
Técnico de Armazém (Exportação ) Moto Meter
1993
Imobiliária
- ( Madrid )
1992
Mordomo
- ( Madrid )
1991
Barman ( Madrid ); Censos 1991
DE 1977 a 1992
Fui Empresário Agrícola, embora, por vezes, acumulasse
com outras funções
1987
Recenseamento Geral Agrícola
DE 1984 a 1986
Mediador de Seguros Eagle Star
De 1979 a 1981
Educador de Adultos Ministério da Educação
1973
Levantamento de Propriedades Agrícolas Ministério das
Finanças
DE 1972 a 1973
Escriturário Colégio Nossa Senhora da Boavista ( Vila
Real )
De 1970 a 1972
Escriturário Casa do Povo de Santa Eugénia
Outras Actividades
Teatro Autor, Co encenador e Actor
Co Fundador do Centro Cultural e Recreativo de StªEugénia
Co Fundador do Grupo Desportivo Cultural e Recreativo
de StªEugénia
Co Fundador do Centro Social de StªEugénia
Direcção da Casa do Povo de StªEugénia
Assembleia
Candidato a Assembleia de Freguesia
Candidato a Assembleia Municipal
Deputado da Assembleia Municipal
de Freguesia
Militante de Partido Político
Sócio dos Bombeiros Voluntários de Alijó
G.D.C.R.StªEugénia
Cento Social
Cooperador do Funcionário/Encarregado do Grémio dos
Viniticultores
dos CTT
Estafeta dos CTT ( Carteiro )
Explicador
Participação em Torneios de Damas e Xadrez
Participação na 1ªVinord ( 3º Lugar Canções )
Participação no 1º FITEI ( Festival de Teatro de Expressão
Ibérica )
Atleta de Futebol
Membro de Mesas da Assembleia de voto; Inclusive 16/12/2001
e 17/03/2002
Organização de várias excursões a :
Santarém
Braga
Castelo Branco
Mirandela
Santiago de Compostela
Membro do Grupo Cristão «Oásis»
Delegado Político
Encontros de Municípios
Participei em várias iniciativas do INATEL
Co Fundador da Associação de ovinos e caprinos de Vila
Real e Bragança
1968 Fundei e Redigi um jornal de turma (Gomes Teixeira)
1970 Co Fundador do Jornal menor, «O Plátano», jornal
de intervenção politica
1974 - Participei Activamente nas campanhas de «Politização»
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Adega Cooperativa de Alijó |
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Cancela velha, o melhor vinho do Porto |
TRADIÇÃO E INOVAÇÃO, O BINÓMIO DE QUALIDADE |
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ESCOLHA CRETERIOSA DESDE A PLANTAÇÃO |
A MAIS LINDA CAPELA |
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DEIXE-SE LEVAR PELA VISIBIIDADE DESTE LUGAR |
Construída/Reconstruída no regime «Filipino» |
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Tem imagens de elevado valor histórico/arqueológico |
Cruzeiro de Santa Eugénia |
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A maior sala de reuniões |
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A interiorização da
informação - e, consequentemente, o sentido que o sujeito atribui à mesma - depende, em grande medida, da forma como se encontra
ordenada ou organizada essa mesma informação; ter consciência disso foi mais um dos grandes méritos dos organizadores da Encyclopédie.
Contemporaneamente, a "teoria matemática da comunicação" de Shannon e Weaver, ao estabelecer uma relação profunda (e inversa)
entre ordem e informação - de tal modo que quanto menor a ordem (logo, a probabilidade, a certeza) maior a informação, e vice-versa
-, reconhece precisamente que a ordem da informação , a forma como se encontra organizada a informação, ao tornar parcialmente
redundante a informação que ela ordena, produz necessariamente efeitos semânticos. Se, como problema, o problema da organização
da informação não é tão velho como a informação (escrita), ele data pelo menos do tempo (os fins da Idade Média) em que, graças
à proliferação (sobretudo impressa) do escrito, o excesso de informação começa a reverter a escassez de informação escrita
que, durante séculos, fora apanágio da cultura do Ocidente. Tal problema acarretou efeitos fundamentais quer a nível do bem
de informação individual (o documento escrito, o livro) quer a nível do conjunto dos bens de informação (a biblioteca, o arquivo).
Assim, no que se refere ao primeiro, invenções como a separação entre as palavras, a pontuação, a divisão em secções, capítulos
e partes, a numeração das páginas, os índices, as notas, as bibliografias, e, no que se refere ao segundo, operações como
a classificação e a catalogação (por autores, títulos, assuntos, data de publicação, etc.) denotam precisamente essa preocupação
muito antiga de dar ordem à informação. Uma preocupação que se prolonga com os (nos) meios de informação mais recentes como
o jornal moderno (a divisão em secções, a sua distribuição pelas diferentes páginas, a distinção entre notícias e artigos
de opinião, etc.), a rádio e a televisão (a grelha dos diversos géneros de programas, em função das diferentes partes do dia,
o tema ou a incidência de cada um desses programas, os eventuais autores e intervenientes, etc.); e, em qualquer destes meios
também, como no livro, a classificação e a catalogação do conjunto dos bens de informação em arquivos escritos, sonoros ou
audiovisuais, em função de critérios determinados e mais ou menos estabelecidos (as datas de publicação ou emissão, as secções,
os assuntos, as personagens, etc.). Assim, ainda que meios como o jornal moderno, o cinema, a rádio, a televisão tenham introduzido
algumas perturbações, podemos dizer que eles não puseram globalmente em questão a ordem dos livros (Chartier) que se foi construindo
e afirmando ao longo dos séculos. Ora, essa ordem encontra-se hoje globalmente perturbada por aquilo a que, mimando a expressão
de Chartier, chamaremos a ordem dos computadores . Em que é que tal ordem difere da anterior? Que novidades introduz? Como
se articula com a própria ordem dos livros ? Responder a estas questões exige, seguramente, tomar a presente obra como
ponto de partida; o que não pressupõe, obviamente, que toda a informação esteja sujeita ao mesmo tipo de ordem que caracteriza
o escrito, incitando antes a pensar (como, aliás, o próprio Chartier procura fazer) a especificidade das formas de organização
próprias dos novos tipos de informação e dos efeitos de sentido que tais formas tendem a determinar. A ordem dos livros
uma ordem que se terá desenvolvido sobretudo entre os fins da Idade Média e o século XVIII e que dá o título a um dos livros
do historiador francês (agora integrado como parte da presente obra) é entendida por Chartier num triplo sentido: num primeiro
sentido, ela designa as operações múltiplas que tornam possível o pôr em ordem do mundo do escrito, tornado excessivo ainda
na era do manuscrito mas, sobretudo, com o advento da imprensa ( operações como a inventariação dos títulos, a classificação
das obras, a invenção do autor como princípio de designação, a organização das bibliotecas, etc.); num segundo sentido, ela
designa a ordem que o texto entende impor ao leitor, seja ela a ordem (sequencial) da leitura, implicada pela forma do livro,
a da compreensão, ou ainda a pretendida pela autoridade que comandou, autorizou ou difundiu a obra (o que não pressupõe, obviamente,
um leitor passivo perante tais ordenações ); num terceiro e último sentido, ela designa o facto de que os livros (os textos)
- os seus processos de produção, distribuição e leitura - comandam a possível apropriação dos discursos , configurando de
um certo modo a ordem do discurso (Foucault) de cada época. Uma das consequências fundamentais desta tematização de Chartier
é que o sentido da informação tem de ser concebido de uma forma muito mais complexa do que a visada pelas teorias que têm
visto, sucessivamente, a tarefa hermenêutica centrada na intentio auctoris, na intentio opere ou na intentio lectoris, já
que tal sentido envolve, para além do trabalho de autor e receptor, a actividade de uma série de outros autores e receptores
(os impressores, os editores, os livreiros, os distribuidores, os bibliotecários, os comentadores, etc.) sobre os textos,
bem como a mobilização de um conjunto de dispositivos sociais (materiais, técnicos, simbólicos) ligados a essa mesma actividade.
Outra das consequências é a de que, pelo menos a partir de um certo momento e de uma certa complexidade, a produção da informação
bem como o sentido que atribuímos a essa informação, é indissociável da produção de todo um conjunto de dispositivos de meta-informação
, compreendendo catálogos, listas, inventários, sistemas de classificação, etc.. Paradoxalmente, reside aqui uma das razões
pelas quais, a partir de certa altura, o excesso de informação se torna, por assim dizer, cada vez mais excessivo e insuportável
pela mera ordem dos livros , obrigando à invenção e implementação de sistemas de meta-informação informatizados (bases de
dados). Se quisermos falar em "revoluções da informação" - talvez o termo "reconfigurações" traduzisse melhor a forma
como Chartier concebe as mudanças a nível da informação e dos media -, então encontramo-nos presentemente imersos naquela
que conduz do códice ao écran (ao hipertexto); uma "revolução" que, na opinião de Chartier, só é comparável àquela que, há
muitos séculos atrás, conduziu do rolo ao códice. A presente "revolução" acarreta profundas consequências a nível da produção
do escrito, da sua organização e da sua apropriação (leitura) que, como dissemos acima, "perturbam" globalmente a "ordem dos
livros" - e algumas das quais Chartier procura precisamente pensar. logo, ao supender tese geral da atitude natural, toca
de perto o concreto e ascende a um mundo que que se lhe oferece, ainda assim, na sua estranheza. Lévinas comenta: não há solipsismo
mas possibilidade de solipsismo. Ou seja não se deve pensar a intencionalidade, ou seja o próprio fenómeno do sentido, como
o In-der-Welt-sein de Heidegger. O homem conserva o poder de se olhar face ao mundo e de permanecer livre. Lévinas não deixa
de extrair uma consequência para a própria forma de estar do homem no mundo, que transcende a pura reflexão epistemológica
para se aproximar da razão prática, numa antevisão das preocupações éticas e meta-políticas que se afirmam com grande clareza
nos últimos textos da antologia. A afirmação da razão é relacionada com a afirmação da liberdade. Se a crise das ciências
é a crise da humanidade em nós, o eu sou não é verdadadeiramente humano não ser que se descubra como razão, ou seja como uma
liberdade. (Cfr. Lévinas,p. 45)Com base nesta análise, Lévinas sustenta que o primado da consciência relaciona-se na filosofia
husserliana à inspiração liberal que perpassa no seu trabalho. |
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Epistemologia |
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Epistemology. A Contemporary Introduction to the
Theory of Knowledge, de Robert Audi Londres, Routledge, 1998, 340 pp. Comprar
pistemology de R. Audi es una introducción
a la teoría del conocimiento con una clara intención pedagógica. Se estructura en tres partes centrales a través de las cuales
discurren los diez capítulos del libro. La primera parte analiza las fuentes de justificación, conocimiento y verdad y comprende
los cinco primeros capítulos: "Percepción", "Memoria", "Consciencia", "Razón" y "Testimonio". La segunda parte está dedicada
a la estructura de la justificación y el conocimiento, desarrollándose en dos capítulos: "Inferencia del conocimiento" (capítulo
6) y "Arquitectura del conocimiento" (capítulo 7). La tercera y última parte trata sobre la naturaleza y alcance de la justificación
y el conocimiento. Abarca tres capítulos: "Análisis del conocimiento" (capítulo 8), "Conocimiento científico, moral y religioso"
(capítulo 9) y, finalmente, "Escepticismo" (capítulo 10).
En el primer capítulo, "Percepción",
Audi comienza de forma muy elemental distinguiendo los elementos y las clases de percepción. La percepción implica alguna
creencia sobre el objeto percibido y puede afirmarse que constituye una fuente básica para la justificación y el conocimiento.
A continuación se preocupa de elucidar aquello que no constituye genuina percepción: ilusión y alucinación. Los fenómenos
de ilusión y alucinación asociados a la percepción se diferencian entre sí porque el primero ilustra el que las cosas no sean
como parecen y por lo tanto existe una distorsión en lo que hay, mientras que el segundo nos hace percibir algo donde no hay
nada. La teoría de la apariencia queda cuestionada por estos dos fenómenos planteándose la existencia de intermediarios en
la percepción, esto es: objetos internos y mentales.
Se distinguen tres tipos
de teorías perceptivas: teorías de la apariencia, teorías de los datos de los sentidos, y teorías adverbiales. Las teorías
de la apariencia postulan que percibir un objeto es simplemente percibir la apariencia de ciertas propiedades sin considerar
la necesidad de una relación causal entre el objeto y su perceptor. La teoría de los datos de los sentidos que describe Audi
es una visión realista pero indirecta en el sentido que la percepción es un mediador entre el objeto externo y el perceptor.
Las teorías adverbiales sostienen que los objetos aparecen en un modo que puede designarse a través de un adverbio. En esta
teoría se concibe la percepción como una manera analizable de experimentar las cosas.
En el capítulo 2 se considera
la memoria como fuente de creencias, conocimiento y justificación. La memoria se construye sobre la percepción pues preserva
la información adquirida a través de los sentidos. La memoria no es sólo almacenamiento o recuerdo de hechos del pasado, las
creencias sobre el pasado incluyen también conexiones causales entre los eventos.
Audi analiza tres teorías
de la memoria: la teoría representacional, la concepción fenomenalista y la teoría adverbial. La teoría representativa de
la memoria es un realismo indirecto porque sostiene que al recordar un evento se tiene una creencia verdadera sobre él que
está basada de forma adecuada en una imagen memorística. Las dos objeciones claras a esta teoría son por una parte, que recordar
un evento no requiere un conocimiento previo de una imagen de él y, por otro lado, que el pensamiento memorístico puede ser
posible sin objetos que sirvan como imágenes del pasado. El modelo fenomenalista pretende salvar estas dificultades postulando
que la memoria descansa también en imágenes pero que éstas no son ni necesarias ni suficientes para recordar eventos. En las
teorías adverbiales el recuerdo es epistémicamente directo. Según esta teoría se puede recordar activamente un evento en forma
de imágenes o pasivamente si se tiene esta capacidad en un estado no realizado.
Audi defiende la memoria
como una fuente de conocimiento y creencias justificadas incluso asegura que cuando las creencias no constituyen conocimiento
o no descansan sobre un recuerdo real, la memoria puede justificar una creencia. La memoria retiene el conocimiento y la creencia
y aunque no los genere su importancia epistemológica viene dada por esta capacidad para preservarlos.
El capítulo 3 aborda el
concepto de consciencia desde el autoconocimiento y la introspección. La mente tiene procesos y propiedades que son fenómenos
claves para la epistemología. Pensar es un proceso mental que envuelve una secuencia de eventos en la mente. Este proceso
es ocurrente puesto que los eventos que lo constituyen transcurren o suceden. Creer también es un estado mental aunque no
necesariamente tiene que ser consciente. Las creencias son disposicionales, no podemos decir de ellas que ocurran sino que
pueden o no ocurrir bajo ciertas condiciones.
La introspección está formada
por imágenes que producen una visión interna en términos de objetos reales procedentes de los datos de los sentidos. Las creencias
introspectivas se pueden comparar con las creencias perceptivas para entender cómo 1a introspección y la consciencia en general
pueden fundamentar el conocimiento. La diferencia epistemológica entre percepción y consciencia introspectiva reside en que
la primera es una facultad reactiva que está presente en la mente sólo cuando se activan los sentidos mientras que la segunda
es una facultad activa que se da espontáneamente y sin límite. Las causas de las creencias introspectivas son los procesos
y eventos de la mente, no necesitan ser objetos que residan en ella, pero entonces, ¿cómo se puede acceder al contenido mental?
Audi para responder a esta pregunta expone la doctrina del acceso privilegiado de Hume que asegura la infalibilidad y la omnisciencia
del contenido mental. Dos tesis forman la doctrina fuerte del acceso privilegiado: en primer lugar, el contenido de la mente
debe ser lo que se nos aparece; segundo, el contenido de la mente debe aparecer siendo lo que es. En la primera tesis se expresa
la idea de que la consciencia introspectiva produce creencias que no pueden ser erróneas, es decir se muestra la imposibilidad
de error o infalibilidad, La segunda tesis muestra la riqueza de la consciencia introspectiva, esto es, su omnisciencia frente
al riesgo de ignorancia puesto que no se puede fallar en conocer lo que mentalmente ocurre en nosotros.
Audi cuestiona esta doctrina
del siguiente modo: ¿Puede ocurrir que, conociendo la verdad sobre la consciencia de uno, se pueda creer algo falso sobre
ella?, ¿cuál es la diferencia entre dos estados mentales que pueden confundirse, por ejemplo, soñar despierto y pensar? Pese
a estas dificultades el autor afirma que la consciencia introspectiva es una fuente básica de justificación y creencia puesto
que existen principios epistémicos y de justificación aplicables al dominio de lo mental.
El capítulo 4, dedicado
a la razón, resulta fundamental para entender la epistemología en la que Audi pretende introducirnos. Las llamadas verdades
de razón, son abordadas desde tres perspectivas diferentes: la visión clásica, la visión empírica y la visión convencionalista.
La de mayor interés para Audi es la primera.
En una introducción al capítulo
Audi describe las verdades de razón autoevidentes. La razón se concibe como la capacidad mental de entendimiento. Las verdades
autoevidentes no necesitan premisas, explicaciones o reflexiones que las hagan evidentes puesto que lo son por ellas mismas.
Las proposiciones autoevidentes son aquellas verdades que 1) si se entienden, se justifica su creencia y 2) si se creen entonces
se conocen.
La visión clásica de las
verdades de razón se basa en el modelo kantiano, aunque éste, tal como señala Audi, es mucho más complejo y difícil de interpretar.
Son distinciones claves en esta visión las de analítico-sintético, necesario-contingente y a priori-a posteriori.
Las proposiciones analíticas
son un caso de autoevidencia porque no dependen de ninguna premisa anterior o evidencia. Se caracterizan considerando que
el concepto de predicado no añade nada al concepto de sujeto. Las proposiciones sintéticas se definen negativamente como no
analíticas y en ellas se sintetizan conceptos y propiedades en una relación que no es de identidad entre sujeto y predicado.
Las verdades necesarias
representan aquellas proposiciones que no pueden ser falsas, es decir, es absolutamente imposible su falsedad so pena de caer
en contradicción. Las verdades contingentes son proposiciones que no son necesarias ni su negación tampoco lo es, esto es,
su verdad o falsedad depende de las circunstancias que le rodeen.
A priori
son todas las proposiciones
que son cognoscibles directamente a través de la razón e independientemente de la experiencia. Las proposiciones a posteriori,
por el contrario, se conocen a través de la experiencia (y son las llamadas verdades de experiencia o empíricas.)
En la visión clásica el
a priori es coextensivo con la necesidad e incluye el analítico como una subcategoría, cualquier proposición que sea
a priori es necesaria y a la inversa, pero no toda proposición a priori es analítica. Algunos problemas con
los que se enfrenta la visión clásica son los de vaguedad, cambio de significado y la posibilidad de verdades empíricas necesarias.
Todo ello conduce a una revisión de esta teoría que Audi ilustra acertadamente en dos cuadros que aclaran la relación de estos
términos.
En el capítulo 5, sobre
el testimonio, se desarrolla la última fuente de justificación, conocimiento y verdad. El testimonio produce creencias inferenciales
acerca de lo dicho, transmite conocimiento pero no lo genera y, dependiendo de otras fuentes, debe cumplir con las condiciones
mínimas de veracidad y credibilidad para tener un valor epistemológico. Puede ser formal o informal, en el primer caso deberá
estar sujeto a las normas estructurales científicas y legales. La importancia del testimonio viene dada por su asociación
al aprendizaje proposicional y conceptual. Ambos modos de aprender se dan por testimonio, "aprender que algo es como es" y
"aprender cómo hacer algo" procuran conocimiento basado en un testimonio de carácter social.
El capítulo 6 pertenece
a la segunda parte (estructura del conocimiento y la justificación) y en él Audi desarrolla la inferencia y extensión del
conocimiento. La inferencia es una clase de razonamiento con una conclusión basada en una creencia en forma de proposición,
enunciado o hipótesis. Audi analiza dos sentidos de inferencia: como proceso inferencial es un episodio mental del razonamiento
y como contenido inferencial es una estructura de proposiciones. La inferencia puede ser generativa o confirmatoria dependiendo
de si añade o fundamenta nuevas creencias. Respecto de la relación existente entre premisas y conclusión una inferencia tiene
dos categorías: deductiva e inductiva. Esta división es una interpretación de la estructura inferencial que subyace al proceso
de inferencia. A esta estructura se le denomina "argumento". El razonamiento que lleva de las premisas a la conclusión, es
deductivamente válido si es absolutamente imposible que las premisas sean verdaderas y la conclusión falsa. En este sentido,
las premisas del argumento válido implican lógicamente su conclusión. El razonamiento es inductivo cuando se toman las premisas
para otorgar alguna razón en la creencia de la conclusión. Tal es el caso de los razonamientos probabilísticos que son inductivamente
válidos atendiendo a si las premisas tienen una alta probabilidad de hacer verdadera su conclusión.
En el capítulo 7, "Arquitectura
del conocimiento", Audi nos muestra las corrientes teóricas que se han preocupado de explicar la estructura del conocimiento.
Comenta brevemente el fundacionalismo y de forma más detallada el coherentismo para, finalmente, parecer inclinarse por una
clase de fundacionalismo moderado.
El fundacionalismo considera
la estructura del cuerpo de conocimientos como "fundacional" en el sentido que cualquier conocimiento indirecto depende del
conocimiento directo. La existencia de creencias básicas asegura la justificación del resto de creencias y en este sentido
se reducen las fuentes básicas de conocimiento a la razón y la introspección. El coherentismo, por otra parte, postula que
la justificación de una creencia depende de su "coherencia" con otras creencias. Las creencias son consideradas en términos
de patrones de creencias mutuamente coherentes pero Audi nos advierte que esta coherencia no es sólo consistencia mutua, aunque
la inconsistencia sea el caso más claro de incoherencia. La coherencia entre creencias es una relación interna porque es una
cuestión de cómo estas creencias se relacionan unas con otras y no está referida a nada que esté fuera del sistema. Es, pues,
una relación interna entre cogniciones. En relación con esto se da el problema del aislamiento (isolation problem)
en el que se aborda la posibilidad de creencias igualmente coherentes pero incompatibles entre sí. Otros problemas para la
corriente coherentista se encuentran a la hora de analizar el a priori o las verdades autoevidentes pues ellas no se
definen considerando ningún otro tipo de creencias. Esto parece dejar al coherentismo en una situación incómoda pues sólo
daría explicación a verdades empíricas dejando de ser una teoría general del conocimiento y la justificación. En vista de
ello Audi considera un tercer modelo al que denomina "fundacionalismo moderado" que esta caracterizado básicamente por sostener
tres principios: 1) la justificación de las creencias fundacionales es derrotable; 2) la justificación y el conocimiento no
son necesariamente deductivas, y 3) existe una coherencia entre creencias. Audi cree que este fundacionalismo moderado evita
el dogmatismo y permite clases alternativas de creencias fundacionales para diferente gente bajo distintas circunstancias.
Con el capítulo 8, "Análisis
del conocimiento", entramos en la tercera y última parte del libro que está dedicada a la naturaleza y alcance del conocimiento.
Audi comienza exponiendo algunas cuestiones básicas sobre el conocimiento y la creencia. Afirma que lo que no es verdadero
no constituye conocimiento y considera que no toda creencia verdadera justificada constituye conocimiento, en cambio, todo
conocimiento es al menos creencia verdadera justificada. A continuación, Audi se refiere a dos concepciones del conocimiento
y la justificación: el externismo y el internismo. Si el conocimiento es al menos creencia verdadera sobre el mundo externo
su fundamentación estará esencialmente en este mundo y expresada típicamente en modelos fiabilistas. Si la justificación de
una creencia no implica su verdad, la fuente se encontrará en el interior de la mente y las creencias basadas en la experiencia
de los sentidos apoyarán dicha justificación. Audi, a lo largo del capítulo, defiende un modelo internista para la justificación
y un modelo externista para el conocimiento. Para finalizar este análisis del conocimiento considera distintas teorías sobre
la verdad: la teoría de la correspondencia, la teoría minimalista, la teoría de la redundancia, la teoría de la verdad como
coherencia y la teoría pragmática.
El capítulo 9 es quizás
el que más se aleja de la introducción epistemológica propuesta por Audi. En él se contemplan algunos aspectos éticos del
conocimiento y se reflexiona sobre el conocimiento científico, moral y religioso.
El capítulo 10 Audi lo dedica
al escepticismo, volviendo a través de las variedades y dimensiones del escepticismo a problemas puramente epistemológicos.
El pensamiento escéptico pone en duda o niega el conocimiento y Audi expone la influencia que éste ha tenido en la teoría
del conocimiento. Contempla desde el escepticismo pirrónico- aquel que evita los juicios concernientes a proposiciones empíricas
no evidentes- hasta el problema de la inducción planteado por Hume, que postula la falibilidad de las inferencias no deductivas.
Existen tres clases de infalibilidad
epistémica que el escéptico puede rechazar: a) el principio de veracidad (el conocimiento debe ser sólo de verdades); b) el
principio de necesidad (las proposiciones conocidas son necesariamente verdaderas), y c) el principio de infabilidad (sólo
las creencias infalibles constituyen conocimiento). Audi, más que refutar el escepticismo, pretende rebatirlo y para ello
enfatiza la distinción entre conocer algo y mostrar que se conoce. Lo que intenta es impugnar el escepticismo de una forma
plausible mostrando que los argumentos escépticos no establecen la imposibilidad de conocimiento o creencia justificada. Sugiere
que la visión del sentido común sobre el conocimiento del mundo externo es defendible incluso si éste no se puede demostrar.
Audi mantiene en definitiva la existencia de conocimiento y creencias justificadas sobre la propia consciencia y las cuestiones
a priori, afirmando en la última página que "skeptics certainly do not seem to have shown that we do not know this".
El objetivo de esta reseña
ha sido presentar el manual de R.Audi a todos aquellos que estén interesados en la teoría del conocimiento. El carácter introductorio
del libro no debilita la exposición que el autor realiza de las cuestiones centrales en epistemología. Los conceptos y teorías
de esta disciplina filosófica están descritos con claridad y exactitud, estructurandose con acierto a lo largo del libro excepto,
posiblemente, el capítulo 9. En definitiva, es un volumen útil para enfrentarse con la epistemología y que debe ser complementado
con la bibliografía descrita en las notas del autor y al final del texto.
Carmen Carretero Gómez Departamento
de Lógica ILCLI- Universidad del País Vasco (Texto originalmente publicado na revista Teorema.)
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História da Filosofia |
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História Concisa
da Filosofia Ocidental, de Anthony Kenny Tradução de Desidério Murcho, Fernando Martinho, Maria José Figueiredo, Pedro Santos e Rui Cabral Revisão Científica
de Desidério Murcho Temas & Debates, Outubro 1999, 460 pp.
As ciências teóricas de
Aristóteles Anthony Kenny
Ciência e explicação
Aristóteles contribuiu para o desenvolvimento de muitas ciências, mas,
em retrospectiva, percebe-se que o valor desse contributo foi bastante desigual. A sua química e a sua física são muito menos
impressionantes do que as suas investigações no domínio das ciências da vida. Em parte porque não possuía relógios precisos
nem qualquer tipo de termómetro, Aristóteles não tinha consciência da importância da medição da velocidade e da temperatura.
Ao passo que os seus escritos zoológicos continuavam a ser considerados impressionantes pelo próprio Darwin, a sua física
estava já ultrapassada no século vi d. C.
Em obras como Da Geração e Corrupção e Do Céu, Aristóteles legou aos seus
sucessores uma imagem do mundo que incluía muitos traços herdados dos seus predecessores pré-socráticos. Adoptou os quatro
elementos de Empédocles: terra, água, ar e fogo, caracterizado cada um deles por um único par de qualidades primárias, calor,
frio, humidade e secura. Cada elemento tinha o seu lugar natural no cosmos ordenado, em direcção ao qual tinha tendência para
ir por meio de um movimento característico; assim, os sólidos terrestres caíam, enquanto o fogo se erguia cada vez mais alto.
Cada um desses movimentos era natural ao seu elemento; existiam outros, mas eram «violentos». (Mantemos hoje um vestígio desta
distinção aristotélica quando contrastamos a «morte natural» com a «morte violenta».) A Terra ocupava o centro do universo:
em seu torno, uma sucessão de esferas cristalinas concêntricas sustentavam a Lua, o Sol e os planetas nas suas viagens ao
longo dos céus. Mais distante, uma outra esfera sustentava as estrelas fixas. Os corpos celestes não continham os quatro elementos
terrestres; eram antes constituídos por um quinto elemento, ou quintessência. Além de corpos, possuíam almas: intelectos vivos
divinos que guiavam as suas viagens ao longo do céu. Estes intelectos eram responsáveis pelo movimento, estando eles próprios
em movimento, e por detrás deles, afirmava Aristóteles, deveria existir uma fonte de movimento, estando ela própria, no entanto,
imóvel. Era a divindade última e imutável que punha em movimento todos os outros seres «em resultado do amor» o mesmo
amor que, nas últimas palavras do Paraíso de Dante, movia o Sol e as primeiras estrelas.
Mesmo o melhor dos estudos científicos de Aristóteles possui hoje um interesse
meramente histórico; em vez de registar as suas teorias em pormenor, passarei a descrever a noção de ciência que sustenta
todas as suas investigações nos diversos domínios. A concepção aristotélica de ciência pode ser resumida se dissermos que
era empírica, explicativa e teleológica.
A ciência começa pela observação. No decurso das nossas vidas apercebemo-nos
das coisas com os nossos sentidos, recordamo-las, construímos um corpo de experiências. Os nossos conceitos são retirados
da nossa experiência; na ciência, a observação tem primazia sobre a teoria. Embora, no seu estado de maturidade, se possa
fixar e transmitir a ciência por meio da forma axiomática descrita nos Analíticos Posteriores, torna-se evidente, pelos trabalhos
pormenorizados de Aristóteles, que a ordem da descoberta é diferente da ordem da exposição.
Se a ciência começa com a percepção sensorial, termina com o conhecimento
intelectual, que Aristóteles vê como possuindo um carácter especial de necessidade. As verdades necessárias são como as verdades
imutáveis da aritmética: dois mais dois são quatro, sempre assim foi e sempre assim será. Opõem-se-lhes as verdades contingentes,
tais como a verdade de os gregos terem vencido uma grande batalha naval em Salamina; algo que poderia ter acontecido de outro
modo. Parece estranho afirmar, como Aristóteles, que aquilo que é conhecido tem de ser necessário: não será que podemos ter
também conhecimento de factos contingentes da experiência, tais como o de Sócrates ter bebido a cicuta? Houve quem julgasse
que Aristóteles estava a argumentar, falaciosamente, partindo da verdade
Necessariamente, se p é conhecida, p é verdadeira.
para
Se p é conhecida, p é necessariamente verdadeira.
o que não é de modo algum a mesma coisa. (É uma verdade necessária que
se eu sei que há uma mosca na minha sopa, há uma mosca na minha sopa. Mas, mesmo que eu saiba que há uma mosca na minha sopa,
não é necessariamente verdade que haja uma mosca na minha sopa: posso tirá-la de lá.) Mas talvez Aristóteles estivesse a definir
a palavra grega para «conhecimento» de modo a restringir-se ao conhecimento científico. É uma hipótese muito mais plausível,
especialmente se levarmos em linha de conta que, para Aristóteles, as verdades necessárias não se restringem às verdades da
lógica e da matemática, mas incluem todas as proposições universalmente verdadeiras, ou mesmo «verdadeiras na sua maior parte».
Mas a consequência que seria certamente aceite por Aristóteles de que a história não pode ser uma ciência, já
que lida com acontecimentos individuais, mantém-se.
A ciência é, pois, empírica; é também explicativa, no sentido em que é
uma procura de causas. No léxico filosófico incluído na sua Metafísica, Aristóteles distingue quatro tipos de causas ou explicações.
Em primeiro lugar, afirma, há aquilo de que as coisas são feitas, e a partir da qual são feitas, tal como o bronze de uma
estátua ou as letras de uma sílaba. A isto chama causa material. Depois, há a forma e o padrão de uma coisa, que podem ser
expressos na definição da mesma; Aristóteles fornece-nos um exemplo: o comprimento proporcional de duas cordas de uma lira
é a causa de uma ser a oitava da outra. O terceiro tipo de causa é a origem de uma mudança ou estado de repouso em qualquer
coisa: Aristóteles dá como exemplos uma pessoa que toma uma decisão, um pai que gera uma criança, e em geral todos os que
fazem ou alteram uma coisa. O quarto e último tipo de causa é o fim ou objectivo, aquilo em virtude do qual se faz algo; é
o tipo de explicação que damos quando nos perguntam por que motivo estamos a passear e nós respondemos «para manter a boa
forma».
O quarto tipo de causa (a «causa final») tem um papel muito importante
na ciência aristotélica. Aristóteles investiga as causas finais não só da acção humana, como também do comportamento animal
(«Por que razão tecem as aranhas teias?») e dos seus traços estruturais («Por que razão têm os patos membranas interdigitais?»).
Existem causas finais também para a actividade das plantas (tais como a pressão descendente das raízes) e dos elementos inanimados
(tais como o impulso ascendente das chamas). Às explicações deste tipo chamamos «teleológicas», a partir da palavra grega
telos, que significa fim ou causa final. Ao procurar explicações teleológicas, Aristóteles não atribui intenções a objectos
inconscientes ou inanimados, nem está a pensar em termos de um Arquitecto Supremo. Está, sim, a enfatizar a função de diversas
actividades e estruturas. Uma vez mais, estava mais inspirado na área das ciências da vida do que na química e na física.
Até mesmo os biólogos posteriores a Darwin continuam a procurar incessantemente a função, ao passo que ninguém, depois de
Newton, se lembrou de procurar uma explicação teleológica para o movimento dos corpos inanimados.
Palavras e Coisas
Ao contrário do seu trabalho nas ciências empíricas, há aspectos da filosofia
teórica de Aristóteles que podem ainda ter muito para nos ensinar. Merecem especial destaque as suas afirmações acerca da
natureza da linguagem, da natureza da realidade e da relação entre as duas.
Nas suas Categorias, Aristóteles apresenta uma lista dos diferentes tipos
de coisas que podem afirmar-se a propósito de um indivíduo. Essa lista contém 10 artigos: substância, quantidade, qualidade,
relação, espaço, tempo, postura, vestuário, actividade e passividade. Faria sentido dizer, por exemplo, que Sócrates era um
ser humano (substância), que media 1,50 m (quantidade), que era talentoso (qualidade), que era mais velho que Platão (relação),
que vivia em Atenas (espaço), que era um homem do século v a. C. (tempo), que estava sentado (postura), que envergava
uma capa (vestuário), que estava a cortar um pedaço de tecido (actividade) e que foi morto por envenenamento (passividade).
Esta não é uma simples classificação de predicados verbais: cada tipo de predicado irredutivelmente diferente, pensava Aristóteles,
representa um tipo de entidade irredutivelmente diferente. Em «Sócrates é um homem», por exemplo, a palavra «homem» representa
uma substância, nomeadamente Sócrates. Em «Sócrates foi envenenado», a palavra «envenenado» representa uma entidade chamada
«passividade», nomeadamente o envenenamento de Sócrates. Aristóteles pensava provavelmente que qualquer entidade possível,
fosse qual fosse a sua classificação inicial, seria, em última análise, atribuível a uma e apenas uma das 10 categorias. Assim,
Sócrates é um homem, um animal, um ser vivo e, em última análise, uma substância; o crime cometido por Egisto é um assassinato,
um homicídio, um acto de matar e, em última análise, uma actividade.
A categoria da substância é de importância primordial. As substâncias
são coisas como mulheres, leões e couves, que podem ter uma existência independente e ser identificados como indivíduos de
uma espécie particular; uma substância é, na despretensiosa expressão de Aristóteles, «um isto que é tal e tal» este
gato ou esta cenoura. As coisas que pertencem às outras categorias (às quais os sucessores de Aristóteles iriam chamar «acidentes»)
não são independentes; um tamanho, por exemplo, é sempre o tamanho de qualquer coisa. Os artigos das categorias «acidentais»
existem apenas enquanto propriedades ou modificações de substâncias.
As categorias de Aristóteles não parecem ser exaustivas, e o seu grau
de importância parece bastante desigual. Mas, mesmo que as aceitemos como uma possível classificação de predicados, será correcto
considerar que um predicado representa qualquer coisa? Se «Sócrates corre» for verdadeira, deverá «corre» representar uma
entidade de qualquer tipo, tal como «Sócrates» representa Sócrates? Mesmo que digamos que sim, é evidente que tal entidade
não pode ser o significado da palavra «corre». Pois «Sócrates corre» faz sentido, mesmo sendo uma afirmação falsa; e por isso
«corre» significa algo, mesmo que não exista aquilo que representa neste caso, a corrida de Sócrates.
Se considerarmos uma frase como «Sócrates é branco», podemos, segundo
Aristóteles, pensar em «branco» como algo que representa a brancura de Sócrates. Nesse caso, o que representa o «é»? Parecem
existir diversas respostas possíveis a esta pergunta. a) Podemos dizer que não representa coisa alguma, limitando-se a marcar
a relação entre sujeito e predicado. b) Podemos dizer que representa a existência, no sentido em que se Sócrates é branco,
é porque existe qualquer coisa talvez o Sócrates branco, ou talvez a brancura de Sócrates que não existiria se
Sócrates não fosse branco. c) Podemos dizer que representa o ser, entendendo-se «ser» como um infinitivo substantivado como
«correr». Se escolhermos esta última resposta, parece ser necessário acrescentar que existem diversos tipos de ser: o ser
denotado pelo «é» de um predicado substancial como «¼ é um cavalo» é um ser substancial, enquanto o ser denotado pelo «é»
de um predicado acidental como «¼ é branco» é um ser acidental. Em textos diferentes, Aristóteles parece ter privilegiado
ora uma, ora outra interpretação. A sua preferida é talvez a terceira. Nas passagens onde a expressa, retira dela a consequência
de que o «ser» é um verbo de múltiplos significados, um termo homónimo com mais de um sentido (tal como «saudável» possui
sentidos diferentes, mas relacionados, quando falamos de uma pessoa saudável, de uma pele saudável e de um clima saudável).
Afirmei anteriormente que, em «Sócrates é um homem», «homem» é um predicado
da categoria da substância que representa a substância Sócrates. Mas esta não é a única análise que Aristóteles faz de uma
frase deste género. Por vezes, esse «homem» parece representar antes a humanidade que Sócrates possui. Em tais contextos,
Aristóteles distingue dois sentidos de «substância». Um este tal e tal por exemplo, este homem, Sócrates é uma
substância primeira; a humanidade que ele possui é uma substância segunda. Quando fala nestes termos, Aristóteles esforça-se
geralmente por evitar os universais do platonismo. A humanidade que Sócrates possui é uma humanidade individual, a humanidade
própria de Sócrates; não é uma humanidade universal da qual todos os homens participem.
Movimento e Mudança
Uma das razões pelas quais Aristóteles rejeitou a Teoria das Ideias de
Platão foi porque esta, tal como a metafísica eleática, negava de modo fundamental a realidade da mudança. Tanto na Física
como na Metafísica, Aristóteles apresenta uma teoria da natureza da mudança concebida para enfrentar e desarmar o desafio
de Parménides e Platão. Trata-se da sua doutrina do acto e potência.
Se considerarmos uma substância, como por exemplo um pedaço de madeira,
descobrimos uma série de coisas verdadeiras no que respeita a essa substância num determinado momento, e uma série de outras
coisas que, não sendo verdadeiras no que a ela diz respeito nesse momento determinado, poderão vir a sê-lo noutro momento.
Assim, a madeira, apesar de ser fria agora, pode ser aquecida e transformada em cinza mais tarde. Aristóteles chamou «acto»
àquilo que uma substância é, e «potência» àquilo que uma substância pode vir a ser: assim, a madeira está fria em acto mas
quente em potência, é madeira em acto mas cinza em potência. A mudança do estado frio para o quente é uma mudança acidental
que a substância pode sofrer sem deixar de ser a substância que é; a mudança do estado madeira para o estado cinza é uma mudança
substancial em que ocorre uma mudança da própria substância. Em português podemos dizer, muito grosseiramente, que os predicados
que contêm a palavra «pode», ou qualquer palavra com um sufixo modal como «ável» ou «ível», significam potência; os predicados
que não contêm essas palavras significam acto. A potência, em contraste com o acto, é a capacidade de uma coisa para sofrer
uma mudança de qualquer tipo, seja através da sua própria acção, seja através da acção de qualquer outro agente.
Os actos envolvidos em mudanças chamam-se «formas», e o termo «matéria»
é utilizado como um termo técnico para designar aquilo que possui a capacidade para sofrer uma mudança substancial. Na nossa
vida quotidiana, estamos familiarizados com a ideia de que uma e a mesma parcela de um ingrediente pode ser primeiro uma coisa
e depois outro tipo de coisa. Uma garrafa contendo um quartilho de natas, depois de agitada, poderá conter manteiga e não
natas. Aquilo que sai da garrafa é a mesma coisa que entrou: nada lhe foi retirado nem acrescentado. Contudo, aquilo que sai
é diferente em género daquilo que foi introduzido. O conceito aristotélico de mudança substancial é derivado de casos como
este.
A mudança substancial ocorre quando uma substância de um certo tipo se
transforma numa substância de outro tipo. Aristóteles chama matéria àquilo que permanece a mesma coisa ao longo da mudança.
A matéria assume primeiro uma forma e depois outra. Uma coisa pode mudar sem deixar de pertencer ao mesmo género natural,
por meio de uma mudança que não pertence à categoria da substância, mas a qualquer uma das outras nove categorias: assim,
um ser humano pode crescer, aprender, corar e ser subjugado sem deixar de ser humano. Quando uma substância sofre uma mudança
acidental retém sempre uma forma ao longo da mudança, nomeadamente a sua forma substancial. Um homem pode ser primeiro P e
depois Q, mas podemos sempre aplicar-lhe correctamente o predicado «¼ é um homem». E quanto à mudança substancial? Quando
um pedaço de matéria é primeiro A e depois B, haverá algum predicado na categoria da substância, «¼ é C», que possamos sempre
aplicar correctamente a essa matéria? Em muitos casos, não há dúvida de que existe tal predicado: quando o cobre e o estanho
se transformam em bronze, a matéria em mudança nunca deixa de ser metal ao longo do processo. Contudo, não parece ser necessário
que tal predicado deva existir em todos os casos; parece logicamente concebível que possa existir matéria que seja primeiro
A e depois B sem que exista qualquer predicado substancial que possamos aplicar-lhe sempre correctamente. Em todo o caso,
Aristóteles era dessa opinião; e chamou «matéria-prima» ao-que-é-primeiro-uma-coisa-e-depois-outra-sem-ser-coisa-alguma-o-tempo-todo.
A forma faz as coisas pertencerem a uma categoria particular; e, segundo
Aristóteles, aquilo que faz as coisas serem indivíduos dessa categoria particular é a matéria. No dizer dos filósofos, a matéria
é o princípio de individuação das coisas materiais. Isto significa, por exemplo, que duas ervilhas do mesmo tamanho e forma,
por muito semelhantes que sejam, por mais propriedades ou formas que possam ter em comum, são duas ervilhas e não uma, porque
correspondem a duas diferentes parcelas de matéria.
Não deve entender-se a matéria e a forma como partes de corpos, como elementos
a partir dos quais os corpos são feitos ou peças dos quais possam ser retiradas. A matéria-prima não poderia existir sem forma:
não precisa de assumir uma forma específica, mas tem de assumir uma forma qualquer. As formas dos corpos mutáveis são todas
formas de corpos particulares; é inconcebível que exista uma qualquer forma que não seja a forma de um qualquer corpo. A não
ser que queiramos cair no platonismo que Aristóteles explicitamente rejeitou com frequência, devemos aceitar que as formas
são logicamente incapazes de existir sem os corpos dos quais são as formas. De facto, as formas nem existem em si próprias,
nem são geradas do modo como as substâncias existem e são geradas. As formas, ao contrário dos corpos, não são feitas de coisa
alguma; dizer que existe uma forma de A significa apenas que existe uma substância que é A; dizer que existe uma forma de
cavalidade significa apenas que existem cavalos.
A doutrina da matéria e da forma é uma explicação filosófica de certos
conceitos que empregamos na nossa descrição e manipulação quotidianas das substâncias materiais. Mesmo aceitando que a definição
é filosoficamente correcta, fica ainda a questão: o conceito que procura clarificar terá realmente um papel a desempenhar
numa explicação científica do universo? É sabido que aquilo que na cozinha parece uma mudança substancial de entidades macroscópicas
possa surgir-nos no laboratório como uma mudança acidental de entidades microscópicas. A questão de saber se uma noção como
a de matéria-prima possui, a um nível fundamental, qualquer aplicação à física, onde falamos de transições entre matéria e
energia, continua a ser uma questão de opinião.
A forma é um tipo particular de acto, e a matéria um tipo particular de
potência. Aristóteles pensava que a sua distinção entre acto e potência constituía uma alternativa à dicotomia entre Ser e
Não-Ser, sobre a qual se apoiava a rejeição parmenídea da mudança. Uma vez que a matéria estava subjacente e sobrevivia a
todas as mudanças, fossem substanciais ou acidentais, não se punha a hipótese de o Ser se tornar Não-Ser, ou de algo surgir
a partir do nada. Uma das consequências desta explicação aristotélica, contudo, foi a ideia de que a matéria não poderia ter
tido um princípio. Séculos mais tarde, isto colocaria um problema aos aristotélicos cristãos que acreditavam na criação do
mundo material a partir do nada.
Alma, Sentidos e Intelecto
Uma das aplicações mais interessantes da doutrina da matéria e da forma
de Aristóteles pode encontrar-se nos seus estudos de psicologia, nomeadamente no tratado Da Alma. Para Aristóteles, os homens
não são os únicos seres que possuem alma ou psique; todos os seres vivos a possuem, desde as margaridas e moluscos aos seres
mais complexos. Uma alma é simplesmente um princípio de vida: é a fonte das actividades próprias de cada ser vivo. Diferentes
seres vivos possuem diferentes capacidades: as plantas crescem e reproduzem-se, mas não podem mover-se nem ter sensações;
os animais têm percepção, sentem prazer e dor; alguns podem mover-se, mas não todos; alguns animais muito especiais, nomeadamente
os seres humanos, conseguem também pensar e compreender. As almas diferem de acordo com estas diferentes actividades, por
meio das quais se exprimem. A alma é, segundo a definição mais geral que Aristóteles nos apresenta, a forma de um corpo orgânico.
Tal como uma forma, uma alma é um acto de um tipo particular. Neste ponto,
Aristóteles introduz uma distinção entre dois tipos de acto. Uma pessoa que não saiba falar grego encontra-se num estado de
pura potência no que diz respeito à utilização dessa língua. Aprender grego é passar da potência ao acto. Porém, uma pessoa
que tenha aprendido grego, mas que ao longo de um determinado tempo não faça uso desse conhecimento, encontra-se num estado
simultâneo de acto e potência: acto em comparação com a posição de ignorância inicial, potência em comparação com alguém que
esteja a falar grego. Ao simples conhecimento do grego, Aristóteles chama «acto primeiro»; ao facto de se falar grego chama
«acto segundo». Aristóteles utiliza esta distinção na sua descrição da alma: a alma é o acto primeiro de um corpo orgânico.
As operações vitais das criaturas vivas são actos segundos.
A alma aristotélica não é, enquanto tal, um espírito. Não é, de facto,
um objecto tangível; mas isso resulta do facto de ser (como todos os actos primeiros) uma potência. O conhecimento do grego
também não é um objecto tangível; mas não é, por isso, algo de fantasmagórico. Se há almas capazes, no seu conjunto ou em
parte, de existirem sem um corpo questão sobre a qual Aristóteles teve dificuldade em formar uma opinião tal existência
independente será possível não por serem simplesmente almas, mas por serem almas de um tipo particular com actividades vitais
especialmente poderosas.
Aristóteles fornece descrições biológicas muito concretas das actividades
da nutrição, crescimento e reprodução que são comuns a todos os seres vivos. O tema torna-se mais complicado, e mais interessante,
quando procura explicar a percepção sensorial (específica dos animais superiores) e o pensamento intelectual (específico do
ser humano).
Ao explicar a percepção sensorial, Aristóteles adapta a definição do Teeteto
de Platão segundo a qual a sensação é o resultado de um encontro entre uma faculdade sensorial (como a visão) e um objecto
sensorial (como um objecto visível). Contudo, para Platão, a percepção visual de um objecto branco e a brancura do próprio
objecto são dois gémeos com origem na mesma relação; ao passo que, para Aristóteles, o ver e o ser visto são uma e a mesma
coisa. Este último propõe a seguinte tese geral: uma faculdade sensorial em acto é idêntica a um objecto sensorial em acto.
Esta tese aparentemente obscura é outra aplicação da teoria aristotélica
do acto e da potência. Permita-se-me ilustrar o seu significado por meio do exemplo do paladar. A doçura de um torrão de açúcar,
algo que pode ser saboreado, é um objecto sensorial, e o meu sentido do paladar, a minha capacidade para saborear, é uma faculdade
sensorial. A operação do meu sentido do paladar sobre o objecto sensível é a mesma coisa que a acção do objecto sensorial
sobre o meu sentido. Ou seja, o facto de o açúcar ter um sabor doce para mim é uma e a mesma coisa que o facto de eu saborear
a doçura do açúcar. O açúcar em si é sempre doce; mas só quando o coloco na boca a sua doçura passa de potência a acto. (Ser
doce é um acto primeiro; saber a doce, um acto segundo.)
O sentido do paladar não é mais do que o poder para saborear, por exemplo,
a doçura dos objectos doces. A propriedade sensorial da doçura não é mais do que ter um sabor doce para aquele que saboreia.
Assim, Aristóteles tem razão quando afirma que a propriedade em acção é uma e a mesma coisa que a faculdade em operação. Claro
que o poder para saborear e o poder para ser saboreado são duas coisas muito diferentes, a primeira relativa àquele que saboreia,
e a segunda relativa ao açúcar.
Este tratamento da percepção sensorial é superior ao de Platão porque
nos permite afirmar que as coisas do mundo possuem de facto qualidades sensoriais, mesmo quando não são percepcionadas. As
coisas que não estão a ser vistas são realmente coloridas, e o mesmo se aplica aos cheiros e aos sons, que existem independentemente
do facto de serem ou não percepcionados. Aristóteles pode afirmá-lo porque a sua análise do acto e da potência lhe permite
explicar que as qualidades sensoriais são de facto poderes de um determinado tipo.
Aristóteles serve-se também desta teoria quando lida com as capacidades
racionais e intelectuais da alma humana, fazendo uma distinção entre os poderes naturais, como o poder de queimar do fogo,
e os poderes racionais, como a capacidade de falar grego. E defende que se todas as condições necessárias para o exercício
de um poder natural estiverem presentes, esse poder será necessariamente exercido. Se pusermos um pedaço de madeira, adequadamente
seco, sobre uma fogueira, o fogo queimá-lo-á; não há alternativa. Contudo, tal não acontece com os poderes racionais, que
podem ser exercidos ou não, de acordo com a vontade do sujeito. Um médico que possua o poder para curar pode negar-se a exercitá-lo
se o seu paciente for insuficientemente rico; pode até utilizar os seus talentos médicos para envenenar o paciente, em vez
de o curar. A teoria dos poderes racionais de Aristóteles será usada para explicar o livre-arbítrio humano por muitos dos
seus sucessores.
A doutrina de Aristóteles sobre os poderes intelectuais da alma é algo
inconstante. Por vezes, o intelecto é apresentado como parte da alma; por conseguinte, e uma vez que a alma é a forma do corpo,
o intelecto assim concebido deverá morrer com o corpo. Noutros pontos, Aristóteles argumenta que, sendo o intelecto capaz
de apreender verdades necessárias e eternas, deverá ser em si mesmo, por afinidade, qualquer coisa de independente e indestrutível;
e a dada altura sugere que a capacidade para pensar é algo de divino e exterior ao corpo. Finalmente, numa passagem desconcertante,
objecto de intermináveis discussões ao longo dos séculos que se seguiriam, Aristóteles parece dividir o intelecto em duas
faculdades, uma perecível e a outra imperecível:
O pensamento, tal como o descrevemos, é aquilo que é em
virtude de poder tornar-se todas as coisas; ao passo que existe algo que é o que é em virtude de poder fazer todas as coisas:
trata-se de uma espécie de estado positivo como a luz; pois, num certo sentido, a luz transforma as cores em potência em cores
em acto. Neste sentido, o pensamento é separável, não passivo e puro, sendo essencialmente acto. E quando separado é exactamente
aquilo que é, e só ele é imortal e eterno.
A característica do intelecto humano que terá por vezes levado Aristóteles
a entendê-lo como separado do corpo e divino é a sua capacidade para o estudo da filosofia e, especialmente, da metafísica;
e por isso temos de explicar finalmente de que modo Aristóteles entendia a natureza desta sublime disciplina.
Metafísica
«Há uma disciplina», escreve Aristóteles no quarto livro da sua Metafísica,
«que teoriza sobre o Ser enquanto ser e sobre as coisas que pertencem ao Ser tomado em si mesmo.» A esta disciplina chama
Aristóteles «filosofia primeira», definindo-a noutro texto como o conhecimento dos primeiros princípios e das causas supremas.
As outras ciências, afirma, lidam com um tipo de ser particular, mas a ciência do filósofo diz respeito ao Ser universalmente
e não apenas parcialmente. Noutras obras, contudo, Aristóteles parece restringir o objecto da filosofia primeira a um tipo
particular de ser, nomeadamente a uma substância divina, independente e imutável. Existem três filosofias teóricas, afirma
ele num outro texto: a matemática, a física e a teologia; e a primeira e mais digna das filosofias é a teologia. A teologia
é a melhor das ciências teóricas porque lida com os seres mais dignos; precede a física e a filosofia natural, sendo mais
universal do que elas.
Ambos os conjuntos de definições até ao momento considerados tratam a
filosofia primeira como dizendo respeito ao Ser ou aos seres; diz-se também que é a ciência da substância ou substâncias.
Em determinado ponto, Aristóteles afirma que a velha questão «O que é o Ser?» equivale à questão «O que é a substância?» Assim,
a filosofia primeira pode ser considerada a teoria da substância primeira e universal.
Serão todas estas definições do objecto de estudo da filosofia equivalentes
ou mesmo compatíveis? Alguns historiadores, considerando-as incompatíveis, atribuíram os diferentes tipos de definições a
diferentes períodos da vida de Aristóteles. Mas, com algum esforço, podemos mostrar que é possível conciliá-las.
Antes de perguntarmos o que é o Ser enquanto ser, precisamos de esclarecer
o que é o Ser. Aristóteles utiliza a expressão grega to on do mesmo modo que Parménides: o Ser é seja o que for que é seja
lá o que for. Sempre que Aristóteles explica os sentidos de «to on», fá-lo explicando o sentido de «einai», o verbo «ser».
O Ser, no seu sentido mais lato, é tudo o que possa surgir, numa qualquer frase verdadeira, antes da forma verbal «é». Segundo
esta perspectiva, uma ciência do ser não seria tanto uma ciência daquilo que existe, mas antes uma ciência da predicação verdadeira.
Todas as categorias, diz-nos Aristóteles, exprimem o ser, porque qualquer
verbo pode ser substituído por um predicado que contenha o verbo «ser»: «Sócrates corre», por exemplo, pode ser substituído
por «Sócrates é um corredor». E todo o ser em qualquer categoria que não a da substância é uma propriedade ou modificação
da substância. Isto significa que sempre que temos uma frase sujeito-verbo na qual o sujeito não seja um termo para uma substância,
podemos transformá-la numa outra frase sujeito-verbo na qual o termo sujeito denota realmente uma substância uma substância
primeira, como um homem ou uma couve particulares.
Para Aristóteles, assim como para Parménides, é um erro equiparar simplesmente
o ser à existência. Quando discute, na Metafísica, os sentidos de «ser» e «é» do seu léxico filosófico, Aristóteles nem sequer
refere a existência como um dos sentidos do verbo ser, uma utilização que deverá distinguir-se da utilização do verbo com
um complemento num predicado, tal como em «ser um filósofo». Isto surpreende-nos, já que ele próprio parece fazer essa distinção
em livros anteriores. Nas Refutações Sofísticas, para contradizer a falácia segundo a qual aquilo em que se pensa deve existir
para ser pensado, Aristóteles distingue entre «ser F», no qual ao verbo se segue um predicado (por exemplo, «ser pensado»),
e apenas «ser». Aristóteles toma uma posição semelhante em relação ao ser F daquilo que deixou de ser, sem mais: por exemplo,
de «Homero é um poeta» não se segue que Homero é.
Será talvez um erro procurar na obra de Aristóteles um só tratamento da
existência. Quando os filósofos levantam questões a propósito das coisas que realmente existem e daquelas que não existem,
é possível que tenham em mente três contrastes diferentes: entre o abstracto e o concreto (por exemplo, sabedoria versus Sócrates),
entre o ficcional e o factual (por exemplo, Pégaso versus Bucéfalo) e entre o existente e o defunto (por exemplo, a Grande
Pirâmide versus o Colosso de Rodes). Aristóteles lida com os três problemas em obras diferentes. Lida com o problema das abstracções
quando discute os acidentes: são sempre modificações da substância. Qualquer afirmação sobre abstracções (como cores, acções,
mudanças) deve ser analisável como uma afirmação sobre substâncias primeiras concretas. Lida com o problema do ficcional conferindo
ao «é» o sentido de «é verdadeiro»: uma ficção é um pensamento genuíno, mas não é (ou seja, não é um pensamento verdadeiro).
O problema sobre o existente e o defunto, que lida com as coisas que existem e aquelas que deixaram de existir, é resolvido
pela aplicação da doutrina da matéria e da forma. Neste sentido, existir é ser matéria sob uma certa forma, é ser uma coisa
de certa categoria: Sócrates deixa de existir ao deixar de ser um ser humano. Para Aristóteles, o Ser inclui qualquer coisa
que exista de uma destas três maneiras.
Se o Ser é isso, o que é então o Ser enquanto Ser? A resposta é que não
existe tal coisa. É certamente possível estudar o Ser enquanto ser e procurar as causas do mesmo. Mas isto é entrar num tipo
de estudo especial, procurar um tipo de causa especial. Não é estudar um tipo de Ser especial nem procurar as causas de um
tipo de Ser especial. Mais do que uma vez, Aristóteles insistiu em que «Um A enquanto F é G» deve ser entendido como um sujeito
A e um predicado «é, enquanto F, G». Não deve ser entendido como consistindo num predicado «é G» que está ligado ao sujeito
Um-A-enquanto-F. Eis um dos seus exemplos: «Um bem pode ser conhecido como bem» não deve ser analisado como «um bem como bem
pode ser conhecido», porque «um bem como bem» é uma expressão destituída de sentido.
Mas se «A enquanto F» é um pseudo-sujeito em «Um A enquanto F é G», também
«A enquanto F» é um pseudo-objecto em «Nós estudamos A enquanto F». O objecto desta frase é A, e o verbo é «estudamos enquanto
F». Estamos a falar não do estudo de um tipo particular de objecto, mas de um tipo particular de estudo, um estudo que procura
tipos particulares de explicações e causas, causas enquanto F. Por exemplo, quando estudamos fisiologia humana, estudamos
os homens enquanto animais, ou seja, estudamos as estruturas e funções que os homens têm em comum com os animais. Não existe
um objecto que seja um homem enquanto animal, e seria um disparate perguntar se todos os homens, ou se apenas alguns especialmente
embrutecidos, serão homens enquanto animais. É igualmente disparatado perguntar se o Ser enquanto Ser significa todos os seres
ou apenas alguns seres especialmente divinos.
Contudo, podemos estudar qualquer ser do ponto de vista particular do
ser, ou seja, podemos estudá-lo em virtude daquilo que tem em comum com todos os outros seres. Será talvez legítimo pensar
que isto é muito pouco: de facto, o próprio Aristóteles afirma que nada possui ser enquanto sua essência ou natureza: não
há nada que seja apenas ser e nada mais. Mas estudar algo enquanto um ser é estudar algo sobre o qual é possível fazer predicações
verdadeiras, precisamente do ponto de vista da possibilidade de fazer predicações verdadeiras sobre isso. A filosofia primeira
de Aristóteles não estuda um tipo particular de ser; estuda tudo, todo o Ser, precisamente enquanto tal.
Ora, a ciência aristotélica é uma ciência de causas, pelo que a ciência
do Ser enquanto ser será uma ciência que procura as causas da existência de qualquer verdade acerca de toda e qualquer coisa.
Poderão existir tais causas? Não é difícil conferir sentido ao facto de um tipo particular de ser possuir uma causa enquanto
ser. Se eu nunca tivesse sido concebido, nunca existiriam quaisquer verdades sobre mim; Aristóteles afirma que se Sócrates
nunca tivesse existido, as frases «Sócrates está bem» e «Sócrates não está bem» jamais poderiam ser verdadeiras. Portanto
os meus pais, que me deram existência, são as minhas causas enquanto ser. (São também as minhas causas enquanto ser humano.)
Tal como os pais deles, e os pais dos pais deles por sua vez, e, em última instância, Adão e Eva, no caso de descendermos
todos de um único par. E se algo tivesse dado existência a Adão e Eva, seria essa a causa de todos os seres humanos, enquanto
seres.
Posto isto, podemos ver claramente de que modo o Deus cristão, o criador
do mundo, pode ser entendido como a causa do Ser enquanto ser a causa, pela sua própria existência, das verdades sobre
si próprio, e, como criador, a causa eficiente da possibilidade de toda e qualquer verdade acerca de toda e qualquer coisa.
Mas no sistema de Aristóteles, que não inclui um criador do mundo, qual é a causa do Ser enquanto ser?
No cume da hierarquia aristotélica dos seres estão os motores móveis e
imóveis que são as causas finais de toda a geração e corrupção. São assim, de certo modo, as causas de todos os seres perceptíveis
e corruptíveis, desde que sejam seres. A ciência que pretenda alcançar o motor imóvel estará a estudar a explicação de toda
e qualquer predicação verdadeira e, desse modo, de todo e qualquer ser enquanto ser. Na sua Metafísica, Aristóteles explica
que existem três tipos de substâncias: os corpos perecíveis, os corpos eternos e os seres imutáveis. Os dois primeiros tipos
pertencem à ciência da natureza, e o terceiro à filosofia. Aquilo que explicar a substância, afirma, explicará todas as coisas,
já que sem substâncias não existiriam mudanças activas nem passivas. Aristóteles avança então para a comprovação da existência
de um motor imóvel, concluindo que «de tal princípio dependem os céus e a natureza» ou seja, tanto os corpos eternos
como os corpos perecíveis dependem do ser imutável. E este é o divino, o objecto da teologia.
O motor imóvel é anterior às outras substâncias, e estas são anteriores
a todos os outros seres. «Anterior» é aqui utilizado não num sentido temporal, mas para denotar dependência: A é anterior
a B, se pudermos ter A sem B mas não B sem A. Se não existisse um motor imóvel, não existiriam os céus e a natureza; se não
houvesse substâncias, não haveria qualquer outra coisa. Podemos agora entender por que motivo Aristóteles afirmava que aquilo
que é anterior possui um poder explicativo mais elevado do que aquilo que é posterior, e por que razão a ciência dos seres
divinos, sendo anterior, pode entender-se como a mais universal das ciências: porque lida com seres que são anteriores, isto
é, mais recuados na cadeia da dependência. A ciência dos seres divinos é mais universal do que a ciência da física porque
explica tanto os seres divinos como os seres naturais; a ciência da física explica apenas os seres naturais e não os seres
divinos.
Por fim, conseguimos compreender como se harmonizam as diferentes definições
da filosofia primeira. Qualquer ciência pode ser definida pela área que pretende explicar ou por meio da especificação dos
princípios pelos quais o explica. A filosofia primeira tem como área de explicação o universal: propõe-se apresentar um tipo
de explicação para toda e qualquer coisa e encontrar uma das causas da verdade de toda e qualquer predicação verdadeira. É
a ciência do Ser enquanto ser. Mas, se passarmos do explicandum para o explicans, podemos dizer que a filosofia primeira é
a ciência do divino; pois aquilo que explica fá-lo por referência ao motor imóvel divino. Não lida apenas com um só tipo de
Ser, já que faz a descrição não apenas do próprio divino, mas de tudo o que existe ou é alguma coisa. Mas é, por excelência,
a ciência do divino, já que explica tudo por referência ao divino e não, como a física, por referência à natureza. Assim,
a teologia e a ciência do Ser enquanto ser são uma e a mesma primeira filosofia.
Somos por vezes levados a pensar que a fase final da compreensão da metafísica
aristotélica é uma apreciação da natureza profunda e misteriosa do Ser enquanto Ser. Na verdade, o primeiro passo em direcção
a essa compreensão é a tomada de consciência de que o Ser enquanto Ser é um espectro quimérico engendrado por não se prestar
atenção à lógica aristotélica.
Anthony Kenny
JNogueiraReis@sapo.pt |
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